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07 de Fevereiro de 2012 13h57

Surgimento da Dengue Tipo 4 coloca saúde de Cuiabá em alerta

07/02/2012

João Carlos Queiroz/SMS/Cuiabá-3617-7379

O secretário de Saúde de Cuiabá, Lamartine Godoy Neto, alertou para o risco da entrada do vírus tipo 4 da dengue na capital, em coletiva concedida nesta terça-feira (07.02) no auditório da Secretaria Municipal de Saúde. Lamartine explicou sobre as várias ações que serão intensificadas pela SMS e instituições parceiras (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Ministério Público) para barrar a proliferação do mosquito transmissor da doença.

A partir da próxima semana, os mutirões de combate ao mosquito serão reforçados. Equipes da prefeitura irão atuar na remoção dos bolsões de lixo, enquanto os agentes de combate às endemias procuram por eventuais focos no interior das residências e quintais. Nesse trabalho, têm sido utilizadas bombas costais motorizadas, equipamento considerado um dos mais eficientes no bloqueio químico contra o vetor. Também os presidentes de bairros foram convocados a auxiliar neste trabalho.

"Se este vírus (tipo 4) já chegou aí, do outro lado do Rio Cuiabá, pode perfeitamente se alastrar também por Cuiabá, município interligado a Várzea Grande. Cabe então à população adotar medidas preventivas nos seus lares para que isto não aconteça", alertou Lamartine.

O novo vírus foi descoberto após exames feitos em uma moradora do Cristo Rei, em Várzea Grande. Lamartine afirmou que existe risco de uma epidemia de dengue na capital. O índice de alerta para dengue, segundo o Ministério da Saúde, é de 3,9%, explicou. "Cuiabá já registra 7%, com alguns bairros chegando a 14%, a exemplo do Dom Aquino e do Pedra 90". Segundo ele, 80% dos focos do Aedes aegypti se concentram no interior das residências. “A presença das larvas em caixas d’água diminuiu em 2012, mas aumentou na questão do acúmulo de lixo nos quintais”.

O secretário conclamou a população de Cuiabá a se unir aos poderes públicos para evitar a proliferação de focos do mosquito transmissor. Esta colaboração implica na limpeza dos quintais e terrenos baldios, além de caixas d'água, vasos de plantas e outros utensílios que possam armazenar água. "O vetor da dengue gosta de água limpa e parada. São criadouros prediletos. Comprovamos a existência intradomiciliar de larvas desse inseto em percentual bem maior do que fora das casas. Então, é preciso que todos se conscientizem e auxiliem os órgãos públicos a neutralizar as condições propícias à instalação dos focos".

Terrenos baldios

Também presentes à coletiva, técnicos da SMS detalharam quais providências serão tomadas pelo Município neste sentido. Os 320 agentes comunitários a campo, além do bloqueio químico, também efetuam regular monitoramento de terrenos baldios e casas abandonadas, repassando as informações coletadas à coordenação. Por sua vez, são acionadas a Seminfe, Meio Ambiente e Ministério Público, parceiros desse trabalho contra a dengue.

O secretário adjunto de Saúde, Euze Carvalho, pontuou que uma das maiores dificuldades encontradas pelos agentes é com relação à localização dos proprietários de terrenos baldios e mesmo casas abandonadas, passíveis de conter criadouros do vetor. "Alguns moram fora do país. Então, por meio de AR, são notificados. E com o IPTU progressivo, correm o risco de perder seus imóveis".

Com relação aos aspectos clínicos do novo sorotipo da dengue, Euze Carvalho explicou que o tipo 4 é o menos virulento deles. "Os sintomas são os mesmos dos outros, mas o problema é que, por ser novo, 100% da população estão expostos". Carvalho alertou que aos primeiros sintomas as pessoas devem procurar a unidade de saúde (centros de saúde e PSFs) mais próxima de suas casas e que só os casos mais graves serão atendidos nas policlínicas e no Pronto Socorro Municipal.