/

10 de Junho de 2011 14h42

Técnicos dizem ser possível promover melhorias no aterro

10/06/2011

João Carlos Queiroz/Gabinete

Marcelo Malaquias de Oliveira e Ailton Mioho, após se inteirarem hoje da realidade do Aterro Sanitário, afirmaram que pretendem trabalhar especificamente para que a usina possa atingir sua capacidade máxima de rendimento, com as cinco linhas de triagem em funcionamento. “Isto implica automaticamente em acréscimo da renda familiar dos trabalhadores ali lotados”, segundo a proposta que fizeram ao presidente da Coopermar, Wanderley Cavenaghe.

O presidente da Cooperativa fez questão de detalhar aos visitantes o processo de funcionamento de cada módulo da usina, a partir da chegada do lixo, triagem e compostagem. "O lixo chega aqui durante 24 horas ininterruptas. O 'balanceiro" (encarregado da balança) já sabe qual é a procedência daquela coleta, ou seja, se o caminhão vem de bairros classe A ou carentes, C ou D... O produto coletado em bairros nobres é chamado de "lixo bom", informou ele.

Juntamente com a 1ª Dama do Município, Wanderley percorreu com os técnicos as unidades de desembarque, separação e compostagem do lixo. Ele disse que apenas 8% a 9% das 500 toneladas coletadas diariamente em Cuiabá são aproveitadas, percentual que ainda considera bom, levando-se em conta os 1% que grande parte das cidades brasileiras contabilizam nesse segmento. "O ideal era aproveitar tudo, 100%, e aí seria excelente para o meio ambiente e para os cooperados. É questão de tempo chegar lá", previu ele.

As toneladas de roupas jogadas fora se transformam em estopa, foi outra informação, enquanto as embalagens de alta densidade (PAD) passam por um processo de granulação, podendo gerar canos e outros produtos amplamente utilizados na área de saneamento básico. "Já as latas têm outro destino: Curitiba-PR. Todo o material, previamente separado, é recolhido por cooperativas especializadas. No geral, 51% do lixo cuiabano é orgânico, que é compostado. Nem papel nem papelão são desperdiçados: vão direto para Andradina, no interior de São Paulo".

No caso dos granulados, segundo o presidente da Coopermar, o produto é comercializado em Cuiabá e Várzea Grande a R$ 2 reais/quilo, o mesmo ocorrendo com garrafas pet, devidamente separadas por cores e 'enfardadas' na própria usina para serem encaminhadas aos polos industriais. "O lixo da periferia de Cuiabá também está ficando 'bom', garantiu Wanderley, dizendo-se esperançoso no desenvolvimento de estudos relacionados a uma possível implantação de uma unidade produtora no próprio aterro capaz de transformar granulados em produtos diversos.

A Coopermar foi fundada em 1994, com cinco esteiras rolantes para triagem do lixo, usina de compostagem, compactação e destino adequado ao lixo não reciclável, além de dispor de instalações básicas para alimentação e higiene dos trabalhadores.  A capacidade da usina chega, em média, a 120 toneladas dia, contra 450/500 toneladas (em média) de lixo recolhidas diariamente das ruas da capital. O projeto foi financiado com recursos do BIRD, com contrapartida do Município. O projeto Valorizando Vidas já ultimou diligências para que a regularização jurídica da Coopermar seja efetuada e a cooperativa possa se habilitar a receber recursos previstos em vários programas oficiais do governo federal.