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20 de Maio de 2011 14h16

Prefeito Francisco Galindo concede entrevista para a Rádio Cidade

20/05/2011

Ângela Jordão/PMC

O prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo, concedeu, na manhã desta sexta-feira (20/05), uma longa entrevista ao programa Cidade Independente, da Rádio Cidade. O prefeito ouviu os questionamentos de vários ouvintes e falou sobre inúmeros assuntos relacionados a administração da capital. Resumindo seu estilo de administrar, Galindo disse que gosta de trabalhar sem fazer alarde. "Nós estamos trabalhando muito, com austeridade, mas sempre quieto, porque é a minha maneira de trabalhar. Eu gosto de resultado, não de conversa”.  

Alguns dos assuntos abordados pelo prefeito foram a distribuição do bolo tributário entre União, Estados e Municípios, a situação da área da saúde, o Programa Multiação e a administração da Sanecap.  

Finanças e Infraestrutura

“Existiam muitas despesas no município, pequenas despesas até, mas de todos os dias, que faziam com que não desse para planejar as áreas macros, como saúde e educação. Nós tomamos medidas para equilibrar as finanças do município. Como exemplo, no final do ano passado, quando eu anunciei as demissões, Cuiabá tinha 14.200 funcionários, hoje são 13.213. Foram mais de mil servidores, uma boa economia, mas a equipe do município continua com a mesma qualidade e com agilidade nos serviços. Informatizamos, o que já representou uma grande economia. Posso citar agora, que nós estamos comprando seis pás-carrecadeiras, seis moto-noveladoras. Compras a vista. Já estamos recuperando a cidade com operação tapa-buraco, com recapeamento 

Divisão Tributária

“Se Cuiabá no ano passado arrecadou R$ 2 bilhões de ICMS e teve um retorno de R$ 180 milhões, quer dizer, onde estão esse R$ 1 bilhão, 820 milhões? Nós recebemos em 2010, apenas 9,25% de retorno do ICMS. Estes recursos estão no Estado. Por isso, o Governo tem que ajudar e eu estou tendo a humildade, a capacidade de ir lá e cobrar os direitos de Cuiabá. Este atual modelo de distribuição é um modelo arcaico. Um sistema de distribuição arcaico que está prejudicando Cuiabá. Inclusive o deputado estadual José Riva está propondo na Assembléia Legislativa um novo sistema de distribuição de retorno de tributos para os municípios. Cuiabá deveria ter direito, no mínimo a 15% deste bolo do ICMS. Com estes 15%, seriam de retorno R$ 300 milhões ao ano. Só com estes recursos seria possível pavimentar 50% dos bairros não pavimentados de Cuiabá. Só estamos falando em um tributo. Cuiabá seria outra se tivesse o retorno deste tributo. Isso não é responsabilidade do governador Silval Barbosa, mas do sistema. Contribuindo agora com o Multiação, o governador encontrou uma forma de retribuir os impostos arrecadados na capital. Com esta iniciativa do deputado José Riva, os deputados precisam se sensibilizar com a situação de Cuiabá ter a atitude e a coragem de fazer esta mudança”.  

Meio Ambiente

“No dia das mães, nós distribuímos mais de cinco mil sacolas retornáveis para as mães dos alunos da rede municipal, principalmente das creches. Ainda é muito pouco.. Agora com a lei que proíbe o uso de sacolas plásticas, nós não temos condições de subsidiar o valor das sacolas retornáveis, vamos continuar tendo ações, nós vamos continuar tendo ações deste tipo, buscando parceiros para isso”.  

Educação

“Esta semana eu recebi o livro ‘Tendências para a Educação Integral’, que é da Fundação Banco Itaú, da Unicef, que mostra que Cuiabá está entre as quatro principais Capitais na educação em tempo integral. É o projeto “Educa Mais”. Parabéns a todos os profissionais da educação de Cuiabá. No livro, são 13 páginas citando o nome de  Cuiabá como exemplo para o Brasil. Ainda na área da educação, nós vamos recuperar, ainda este ano, 72 das 144 unidades escolares que temos”. 

Saúde

“A saúde estava um caos. Mas, hoje, não tem um cidadão nos corredores do Pronto Socorro. Tinha, porque nós estávamos reformando. Ontem, terminamos de esvaziar a UTI Neonatal, a UTI Pediátrica e a Pedriatria, que ficam no 3º andar e já vamos iniciar as obras ali. Os pacientes foram transferidos para a Santa Casa. Nós fomos até o governador, tivemos atitude e coragem de ir até o Governo do Estado, que irá assumir a parte de urgência e emergência, isto quer dizer traumas e o atendimento ao interior. O governador Silval Barbosa e o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry têm sensibilidade e querem ajudar a capital. Cuiabá vai continuar com a gestão plena na saúde. E com a ajuda dos Conselheiros de Saúde, definimos que vamos aplicar R$ 5 milhões extra-orçamentários nas unidades de saúde da capital. Vamos retomar o atendimento a saúde bucal”.  

Sanecap 

“A Sanecap precisa de investimentos, recursos que não temos. Farei um resumo da situação da companhia. Administrações anteriores, com exceção do ex-prefeito Wilson Santos, sequer pagaram as contas de energia da Sanecap. Tinha uma dívida da energia que era de mais de R$ 100 milhões, daí nós negociamos e caiu para R$ 100 milhões. Estamos pagando esta conta. Enxugamos a folha de pagamento, que era de 1.700 funcionários e caiu para cerca de 700. Investimento neste período, praticamente zero. Investimentos que nós fizemos foi a construção da ETA Tijucal, graças a emendas dos nossos parlamentares. Mas precisamos fazer a rede de água e esgoto. Mas a Sanecap ainda tem um déficit. Mês passado, a Prefeitura teve que depositar R$ 982 mil nos cofres da Sanecap. Com R$ 200 milhões, podemos fazer toda a rede de distribuição de água que Cuiabá precisa. Mas, o grande problema é o esgoto, em que 70% é lançado sem tratamento no rio Cuiabá. Nós estamos matando o rio assim. É preciso ter coragem e tomar uma atitude. É uma oportunidade que não podemos perder. Se necessário, e somente se necessário, firmar uma parceria com o Governo Federal, Governo Estadual, iniciativa privada, concessão, PPP (Parceria Público Privada), nós vamos fazer. Mas, para tomar esta atitude, é preciso um plano municipal de saneamento. Cuiabá não tem este plano, que ficará pronto no mês de junho. Com este plano, nós vamos poder apresentar para a sociedade o que é preciso ser feito em relação a Sanecap e a questão do saneamento em Cuiabá”.