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13 de Janeiro de 2014 15h08

Número de atendimentos na Casa de Amparo aumentou 20% em 2013

13/01/2014

Evelyn Ribeiro

O número de atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica na Casa de Amparo “Celcita Pinheiro”, em Cuiabá, aumentou 20% entre 2012 e 2013, conforme levantamento da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano. No ano passado, 54 mulheres foram atendidas na unidade.

Atualmente, apenas cinco estão no local para receber acompanhamento psicossocial. Destas, três estão acompanhadas pelos filhos. Dados de Delegacia Defesa da Mulher apontam que, de janeiro a dezembro de 2013, mais de dois mil inquéritos de violência contra mulher foram instaurados.

Inaugurada em 16 de agosto de 2002, a Casa de Amparo é um projeto da prefeitura municipal desenvolvido para auxiliar as mulheres em situação de vulnerabilidade devido à violência cometida pelos maridos, ou ex-companheiros.

Entre os serviços disponibilizados pela Casa de Amparo estão: acolhimento temporário, atendimento psicossocial; orientação, alimentação; encaminhamentos para a rede socioassistêncial; reintegração familiar; higiene pessoal; concessão de passagens e inclusão produtiva.

No local, elas também recebem atendimento médico, tratamento psicológico e participam de atividades ocupacionais, como aulas de artesanato. As crianças também recebem acompanhamento médico e frequentam creches ou escolas regularmente. Asnovítimas chegam a ficar na unidade e período de três a seis meses até que se sintam seguras para retomar a vida.

De acordo com a gerente  da média complexidade da Proteção Especial, Neise Velasco, a chegada delas até o local é providenciada após a atitude de cada uma, de denunciar. Nos últimos anos, muitas delas optaram pela chamada “reinclusão familiar”, que é quando as vítimas se resguardam na casa de parentes.

“Há situações em que elas sentem vergonha e medo. Casos de reincidência quase não acontecem, porque as que passam pela casa não voltam, justamente porque aprendem a lidar com a situação e evitar que se repita”, disse Neise.

Questionada sobre o estado emocional destas mulheres, Neise avalia que o fator psicológico sempre toma maiores proporções se comparado à violência física. “Todas chegam fragilizadas, com ferimentos; a dor física passa, mas as marcas deixadas na mente, não”, concluiu.