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31 de Agosto de 2017 17h19

Simplício defende integração entre Vigilância e Atenção Primária para o fortalecimento das redes de atenção

HUGO FERNANDES

Davi C Valle

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Marco nas discussões acerca da prevenção e promoção da saúde coletiva, a ‘1ª Conferência Municipal de Vigilância em Saúde’ realizada nesta quinta-feira (31) trouxe à tona temas que ajudarão a delinear a política do Sistema Único de Saúde (SUS) para os próximos anos. Com o mesmo tema do eixo central de discussão, ‘Direito, Conquista e Defesa de um SUS Público de Qualidade’, a conferência magna foi apresentada pelo assessor da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Wagner Simplício, que enfatizou a necessidade da integralidade das ações das redes de atenção.

De acordo com ele, os modelos hegemônicos atuais – o médico-assistencial, pautado na assistência médica e no hospital; o sanitarista, baseado em campanhas, programas e em ações de ‘vigilância epidemiológica’ e ‘sanitária’ – não conseguem mais responder à complexidade e diversidade dos problemas de saúde restritos ao cidadão comum, onde mora ou trabalha, neste início de século.

“A Vigilância em Saúde, visando à integralidade do cuidado, deve inserir-se na construção das redes de atenção à saúde, coordenadas pela Atenção Primária à saúde. A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde é condição obrigatória para a construção da integralidade na atenção e para o alcance dos resultados, com desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a realidade local, que preserve as especificidades dos setores e compartilhe suas tecnologias”, pontuou o assessor.

Ao sintetizar as quatro vertentes evolutivas do conhecimento sobre o processo saúde-doença, Wagner falou da vigilância epidemiológica em sua concepção ampla de distribuição da morbidade e mortalidade na população, sendo que primeiro conceito considera a presença de um determinado tipo de doença numa população e o segundo estatísticas sobre as mortes. As outras vertentes são a vigilância sanitária, a vigilância ambiental e a que se dedica a compreensão da relação entre saúde e trabalho.

“As quatro vertentes visam produzir informações para tomada de decisão de forma oportuna e promover a saúde e o bem-estar da população, além de avaliar as condições de saúde segundo o paradigma do risco epidemiológico e sanitário. Elas ajudam também a analisar as condicionantes e os determinantes biológicos, ambientais, sociais e econômicos do risco à saúde e do adoecimento humano”, afirmou Simplício.

Coordenadora da conferência magna, Moema Blatt, que é gestora do Centro de Informações Estratégicas da Vigilância em Saúde de Cuiabá, destacou que a maioria das pessoas desconhece o papel da Vigilância. “As pessoas costumam dizer que não são usuárias do SUS, porque não vão a um posto de saúde. Mas todo brasileiro é, porque toma vacina, porque consome um alimento que é fiscalizado pela Vigilância Sanitária. Então essa conferência é importante para que a população entenda e participe, pois o usuário tem papel fundamental na construção e fortalecimento do SUS”.