/ LUTA CONTÍNUA
21 de Janeiro de 2021 11h21
Servidor aproveita Dia de Combate à Intolerância Religiosa para reforçar necessidade de respeito à diversidade
O combate à desinformação é uma das principais ferramentas na luta pelo fim da intolerância religiosa, pois, por meio do conhecimento, é possível romper as barreiras do preconceito e assegurar a todos o livre exercício dos cultos religiosos, conforme prevê o artigo 5º, inciso VI da Constituição Federal de 1988.
Diante disso, nesta quinta-feira (21), data marcada como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o publicitário Gabriel Carboni, iniciado a mais de 15 anos na umbanda, fala sobre os preconceitos que sofreu e ainda sofre por seguir uma religião de matriz africana. Ele é membro do Centro Espírita São Jorge, com mais de 50 anos de tradição e localizado no bairro Novo Terceiro. A Casa é coordenada por Mãe Maria José, filha de santo do percurso da religião, Pai Dandi.
Segundo Carboni, quando alguém descobre que frequenta uma casa de umbanda, qualquer ato seu passa ser rotulado como "essa pessoa está fazendo macumba pra mim" e isso acontece pela ignorância e falta de conhecimento.
“Por isso é essencial que as pessoas sejam educadas sobre o respeito à diversidade religiosa. A informação é a principal ferramenta para esse trabalho. Sempre me coloquei no centro dos debates para explicar sobre os fundamentos e sobre a história da umbanda, outros colegas que também seguem religião de matriz africana, sofrem algum respingo de preconceito, porém o nosso papel é informar e explicar sobre nossa religião”, afirma.
Ele ainda ressalta a necessidade da união de esforços, pois só assim deve acontecer o fim do preconceito. “O combate à intolerância religiosa se dá por meio das políticas públicas, sendo essencial o envolvimento da sociedade civil, para que assim seja possível alcançar o respeito a todas as religiões”, enfatizou.
Carboni é servidor público e atua na Secretaria Municipal de Comunicação. Segundo ele, desde que começou a desempenhar sua função na gestão do prefeito Emanuel Pinheiro, nunca vivenciou nenhuma experiência de descriminação por parte dos colegas de serviço. Ele acredita que os exemplos de respeito e humanização dados pelo gestor ajudam a combater esse tipo de situação.
Para o publicitário, um dos pontos fortes da gestão foi quando a lavagem da escadaria da Igreja São Benedito entrou para o calendário oficial de eventos de Cuiabá e ocupa seu lugar de representatividade em meio às festas populares da capital mato-grossense. O ato representa uma conquista importante na luta pela ocupação do espaço das religiões de matriz africana.
De acordo com o prefeito Emanuel Pinheiro, essa data carrega uma importante função de atuar como ferramenta de reflexão quanto ao aumento do índice de violência movida à intolerância religiosa, principalmente contra as de matriz africana.
“Temos que buscar fomentar o debate e sempre dar a devida importância para este tema. É dessa forma que vamos combater esse mal e ensinar o respeito a qualquer expressão religiosa. A convivência respeitosa deve ser o ponto chave”, destaca Pinheiro.
Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
Instituída em 2007, através da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro, a data foi escolhida em homenagem a Yalorixá Gildária dos Santos, a Mãe Gilda, do Axé Abassá de Ogum, que foi vítima de diversas agressões, verbais e físicas, provocadas pelo preconceito à sua religião.
Dessa forma, o dia 21 de janeiro, data de falecimento da Mãe Gilda, serve de alerta acerca do problema da intolerância religiosa, e é um importante momento para dar visibilidade à luta pelo respeito a todas as religiões.