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10 de Março de 2021 14h25

Primeira-dama e Secretaria Municipal da Mulher aderem a campanha “A vida recomeça quando a violência termina: quebre o ciclo”

10/03/2021

JULIA MILHOMEM BATISTA

Luiz Alves

Arquivo

“A união faz a força e estamos de portas abertas para participar de todas as ações que puderem cuidar e resguardar a vida das nossas mulheres”. A afirmativa foi feita pela primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, durante  videoconferência realizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso onde detalhes da campanha  “A vida recomeça quando a violência termina: quebre o ciclo” foram debatidos. A Prefeitura de Cuiabá é parceira da ação por meio da Secretaria Municipal da Mulher.

Para a primeira-dama, Márcia Pinheiro, o aumento no percentual de casos de feminicídios em Mato Grosso comparativamente a 2019 e 2020, mostra um cenário avassalador. No ano passado foram 62 registros. “Os dados nos mostram o crescimento da violência doméstica e do feminicídio,  o que vem nos preocupado muito. Com a instalação da Secretaria da Mulher  estamos presenciando essa realidade diariamente. Já  lançamos diversas ações de enfrentamento e ainda estamos buscando outras soluções. Precisamos esquecer nossas diferenças, agirmos de forma ordenada e planejada, com o objetivo de diminuir ao máximo os efeitos que esta pandemia tem trazido às famílias”, explica.

De acordo com a secretária da Mulher de Cuiabá,  Luciana Zamproni, se faz urgente o desenvolvimento de  políticas públicas mais eficazes. Ela pondera que a pandemia causada pelo coronavírus,  o que impôs o isolamento social às famílias, acabou aumentando os casos de violência.“E é exatamente isso que a campanha representa, uma outra forma de apoio as mulheres que precisam sair do ciclo de violência. Muitas vezes, o homem é educado, um príncipe, mas não deixa visitar a casa de familiares sozinha, proíbe de praticar esportes, acompanha a esposa nas consultas médicas. Com isso,  a mulher não consegue pedir socorro, ela tem o celular fiscalizado. A mulher tem que pedir ajuda antes que ela acabe sendo morta e os vizinhos e familiares precisam entender que briga de marido e mulher se põem sim a colher”, afirma.

Ela explica que todo relacionamento abusivo começa com pequenas humilhações, com ameaças, até chegar as agressões físicas. A campanha tem o objetivo de esclarecer as fases a identificação e denúncia.

Ela pondera que a linha evolutiva da violência  foi traçada em quatro ciclos, que podem ser conferidos abaixo:

O ciclo 1 – Encantamento é a fase em que o homem é gentil e atencioso, mas começa a dar sinais da violência que está por vir.

O ciclo 2 - Aumento da Tensão pode até durar alguns dias ou até anos. Nesse período ocorre o aumento das discussões com ele se irritando por pequenas coisas.

Já no ciclo 3 - Ato de Violência há a intensificação das agressões. A tensão acumulada da fase anterior faz com que o agressor tenha momentos de explosões de raiva e fique extremamente violento. Todas as ameaças sofridas nas duas fases anteriores se materializam nas cinco formas de violência doméstica: física, moral, psicológica, sexual e patrimonial.

O Ciclo 4 – Arrependimento é o momento em que ele afirma estar com remorso e que tudo vai mudar porque ele irá melhorar. Ele se torna uma pessoa querida e amorosa para conseguir o perdão.

Uma parte dessas histórias só se finda quando acaba por acontecer a morte da vítima.