Mobilidade Urbana / MELHORIAS

24 de Setembro de 2021 09h31

Prefeitura projeta plano de mobilidade que irá preparar Cuiabá para os próximos 10 anos; população participa por meio de pesquisa

24/09/2021

FERNANDA LEITE

Gustavo Duarte

Arquivo

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, autorizou a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) a elaborar um Plano Municipal de Mobilidade e Acessibilidade preparando a capital para os próximos 10 anos. "A nossa cidade não foi planejada e a gestão atual vai investir nisso. Vamos projetar o desenvolvimento da capital e esses dados técnicos irão servir para os próximos gestores que terão um plano de desenvolvimento na mobilidade. Essas diretrizes são importantes para que o gestor saiba onde investir, onde melhorar e o que mudar na mobilidade urbana. Além disso, o Plano de Mobilidade é obrigatório para cidades  que possuem mais de 200 mil habitantes, conforme consta na Lei 12.587/2012", explicou o gestor.

O secretário de Mobilidade Urbana, Juares Samaniego, explica que o plano de mobilidade deve ficar pronto em janeiro de 2022.  Neste momento, o "Consórcio Cuiabá em Movimento" - formado pelas empresas EGL Engenharia LTDA e GPO Sistran LTDA -  elaboram coleta de informações da própria Secretaria de Mobilidade e por meio de pesquisa em campo.  Serão ouvidos, ciclistas, pedestres, Pessoas  Com Deficiência - PCDs, motoristas, motociclistas e outros.  

"O Plano de Mobilidade vai atender as demandas em  período  curto, médio e a longo prazo. É preciso realizar a captação de recursos junto ao  Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Por ser uma cidade antiga, tem questões sérias de mobilidade e de acessibilidade, principalmente,  na região central,  composta por vias estreitas e que precisa de alargamento de calçadas. E o plano irá assegurar uma diretriz em qual  rumo temos que fazer  investimentos para melhorar a qualidade de vida das pessoas que usam o sistema viário, do ciclista, pedestre, motociclista , motoristas e outros.  Com o plano nas mãos, teremos  interferências que podem ser feitas em  2022/2023/2024, a médio e a longo prazo e depois de 10 a 15 anos,  tem que ser  feito um novo plano. O ideal é que a cada 10 anos o município faça um Plano de Mobilidade. Daqui 5 anos podemos pedir uma reavaliação desse plano porque vai dar uma diretriz melhor para o trânsito de Cuiabá. A preparação para o futuro considera o crescimento populacional e de veículos. E isso, e se não tomarmos cuidado 

teremos transtornos no trânsito. Por exemplo, em  2014, foram inauguradas várias obras da Copa  para  mobilidade, e hoje, as vias já não suportam o número de veículos da cidade", comentou Juares.

O secretário lembra que a gestão Eanuel Pinheiro realizou obras de mobilidade de grande importância, como os dois viadutos, José Maria Barbosa (Juca do Guaraná Pai), na Avenida das Torres e o Murilo Domingos, na avenida Beira Rio, estações climatizadas de ônibus, pontos de ônibus sustentáveis com bibliotecas, reformas de passarelas, investimentos em ciclovias/ciclofaixas e outros.  Também estão previstas a realização de três obras estruturantes na avenida Miguel Sutil, sendo um viaduto na rotatória de acesso do Centro de Eventos do Pantanal, no trevo do Santa Rosa, ligando as avenidas Lava Pés e Antártica e o Contorno Leste, considerada a maior obra de mobilidade urbana da capital. 

Nesta semana, a coleta de dados é realizada por pesquisadores em diversos pontos da cidade. As informações vão se somar a estudos já realizados pela Semob para, então, a  apresentação da proposta do novo plano, que tem de ser alterado a cada dez anos.

O coordenador de transporte da empresa EGL Engenharia,  o engenheiro Claúdio Leite de Freitas, cita que ambas as empresas que representam o "Consórcio Cuiabá em Movimento" possuem experiência no mercado e na criação de plano de mobilidade. O objetivo é definir metas e ações que deverão ser tomadas pelo município para que futuramente não ocorra caos no trânsito. 

"O objetivo do plano de mobilidade é ter um planejamento a curto, médio e longo prazo. Vão ser definidas metas, ações que deverão ser tomadas pelo município para que no futuro a mobilidade urbana seja melhor à população. No Plano de Mobilidade a cidade pode ter ações de planejamento de 10 em 10 anos, mas que  podem ser trabalhadas em um prazo maior, caso seja revisto. Nesse tempo, é preciso ver se as diretrizes previstas nesses 10 anos foram implementadas e dentro do que foi previsto e daí pode ser alongado esse período. Não vamos falar em projeto de um viaduto ou trincheira. O que estamos montando é o Plano.  Os projetos de mobilidade podem abastecer o plano de ação. Por exemplo, vou ter um projeto de um viaduto, isso vai ser incluído no plano, e daí é verificado o trânsito, transporte, tráfego, o sistema viário, ciclovias, pedestres, calçadas e várias ações.  Fizemos diagnósticos com as informações que a Semob nos encaminhou do trânsito, transporte coletivo e tudo que é ligado ao trânsito da capital. Depois de uma consolidação, vamos complementar com essas pesquisas de campo, onde estamos ouvindo as pessoas sobre origem e destino, quais deslocamentos elas fazem, modo de transporte,  quais as vias usadas, tempo. Vamos fazer pesquisas com os ciclistas, usuários do transporte e demais, para nós  entendermos e qualificar  a mobilidade. Vamos direcionar para onde Cuiabá quer ir", comentou o engenheiro.

Conforme o engenheiro, o Plano de Mobilidade  tem como  foco principal  o uso do transporte não motorizado e o transporte coletivo. "O Plano busca alternativas e dá diretrizes que privilegie esse tipo de transporte. Não é que será obrigatoriedade implantar ciclovia em todas as vias, mas, entendemos que será melhorado para todos. Sejam  ciclistas, pedestres, todos. É achar para cada local de uma cidade ou região as melhores opções para a mobilidade. Porém, todos têm que ser atendidos com melhorias. Com a pesquisa será possível entender o ponto de vista deles, e o principal, de uma forma totalmente sustentável", concluiu. 

O Plano de Mobilidade será apresentado à sociedade no ano de 2022  por meio de audiências públicas, com datas ainda a serem definidas.