Dando seguimento ao trabalho contínuo de eliminação de bolsões de lixo, a Prefeitura de Cuiabá realizou a limpeza de uma área localizada na Avenida Quatro, do bairro Parque Cuiabá. A ação no local, que em 2017 foi executada pelo menos quatro vezes, contou com o auxílio de seis caminhões do tipo caçamba, uma pá carregadeira, e resultou na retirada de aproximadamente 200 toneladas de resíduos do local. Coordenado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, o trabalho foi iniciado na segunda-feira (05) e finalizado na tarde desta terça-feira (06). 

A iniciativa do Município atendeu as solicitações feitas por vários moradores da região, que acabam sofrendo com as consequências ocasionadas pela prática errônea adotada por alguns cuiabanos. Um grande exemplo de vítima da falta de conscientização ambiental é a dona de casa Honorina Bezerra, de 69 anos. Por morar nos fundos do espaço utilizado ilegalmente para o descarte, ele conta que o acúmulo de lixo acaba ocasionando a proliferação de animais peçonhentos como cobra, escorpião e lacarias, e também do mosquito Aedes aegypti.

“Essa iniciativa da Prefeitura é maravilhosa. Todavia, eu que moro aos fundos desse espaço, faço um apelo para o restante da população que veja o nosso lado e parem de jogar lixo aqui. Meus vizinhos pegaram dengue e chikungunya. Meu esposo também já adoeceu. Tudo isso como resultado dessa atitude errada que alguns têm. Vemos que a Prefeitura está fazendo a parte dela, mas está faltando entendimento das pessoas de que isso, não é só questão de preservação ambiental, mas também de saúde pública”, comentou Honorina.

Outra moradora do bairro que também destacou a atuação da Prefeitura foi a professora Vera Lúcia, residente na localidade há mais de 30 anos. Conforme a educadora, a limpeza devolve para a comunidade os sentimentos de autoestima e bem estar, por ver que o Município tem buscado avançar na melhoria da qualidade de vida do cidadão. No entanto, ela ressalta que, em tempos onde a incidência de doenças como febre amarela, dengue, zika e chikungunya têm aumentado, é inadmissível que situações como esta ainda sejam vistas como algo comum para uma parte da população.

“Como professora procuro trabalhar essa questão da conscientização com meus alunos, demonstrando que essa prática de jogar lixo no chão ou em qualquer lugar proibido não é algo legal. No fim, quando os problemas relacionados a isso começam a aparecer, quem sofre é o próprio ser humano. A gente vira alvo de muitas doenças. Todas terças, quintas e sábados, temos a coleta de resíduos em nosso bairro, ou seja, é um absurdo que algumas pessoas ainda insistam em agir dessa maneira. É preciso ter esse envolvimento de todos, caso contrário esse problema nunca será resolvido”, argumenta Vera Lúcia.

Atuação contínua 

O titular da pasta de Serviços Urbanos, José Roberto Stopa, explica que o trabalho de eliminação de bolsões de lixo tem sido algo que Prefeitura tem atuado sistematicamente. Segundo o gestor há cerca de três anos Cuiabá possuía aproximadamente 300 áreas utilizadas ilegalmente como depósito de lixo, sendo que, em 2017, esse número foi reduzido para 60 mapeados. A meta, todavia, é conseguir sanar esse tipo de demanda e colocar a cidade no radar das mais limpas do Brasil.

“Temos trabalhado incansavelmente para melhorar os índices de limpeza e sustentabilidade da Capital. No último ano nós já conseguimos resultados positivos, mas sabemos que precisamos avançar mais. O serviço de eliminação de bolsão de lixo, o Cata-treco e o Mutirão da Limpeza, tornaram-se ferramentas importantes que encontramos para transformar nossa Cuiabá dos 300 anos em uma cidade cada vez melhor para aqueles que aqui vivem e também para os turistas que por aqui passam”, pontua Stopa.

De acordo com o diretor de Resíduos Sólidos, Anderson Matos, além do Parque Cuiabá, somente nas últimas semanas, a Prefeitura agiu nos bairros Pedra 90, Pascoal Ramos, Jardim Gramado, Residencial Ana Maria e no Distrito do Pequizeiro. “Temos os locais já mapeados e estamos atuando periodicamente em cada um deles. Infelizmente, quando a gente parte para outro ponto, o pessoal acaba retornando onde já tínhamos limpado. Por isso, contamos com a colaboração dos moradores para manter esses espaços limpos e livres de qualquer risco para população”, finaliza o diretor.