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18 de Dezembro de 2013 09h40

Artigo- Balanço Geral do Trânsito de Cuiabá

18/12/2013

Thiago França

O sistema de trânsito ocupa um papel de destaque sob o aspecto social e econômico, na medida em que envolve, no dia-a-dia, praticamente os cidadãos de todo o mundo, no exercício do seu direito de ir e vir, de se locomover livremente para satisfação de suas necessidades, em busca de seu bem-estar e o da comunidade em que vive.

Diversos são os meios de locomoção por via terrestre que envolvem diretamente o cidadão e o transporte de vários produtos em seu benefício. Tais dinâmicas, intensas e ininterruptas, caracterizam o trânsito em seus desdobramentos urbanos, regionais e nacionais, o qual se organiza em um sistema nacional que deve produzir resultados focados no cidadão.

Essas dinâmicas geram inúmeros problemas, desafiando governos e toda a coletividade para sua solução. Tais problemas traduzem-se, por exemplo, em elevadas taxas de ocorrência e de severidade de acidentes de trânsito, em congestionamentos e na degradação do ambiente urbano, influenciando negativamente a qualidade de vida da população.

Os índices de acidentes de trânsito têm se mostrado uma grave questão. A incompatibilidade entre o ambiente construído das cidades, o comportamento dos motoristas, o grande movimento de pedestres sob condições inseguras faz o Brasil deter um dos mais altos índices de acidentes de trânsito em todo o mundo. A gravidade do problema se revela tanto no número absoluto de acidentes quanto nas taxas proporcionais à frota veicular e às populações consideradas.

Para reduzirem-se as ocorrências e implementar-se a civilidade no trânsito, é preciso tratá-lo como uma questão multidisciplinar que envolve problemas sociais, econômicos, laborais e de saúde, onde a presença do estado de forma isolada e centralizadora não funciona.

O verdadeiro papel do estado é assumir a liderança de um grande e organizado esforço nacional em favor de um trânsito seguro, mobilizando, coordenando e catalisando as forças de toda a sociedade.

E neste sentido, a Prefeitura de Cuiabá tem se esforçado sistematicamente em levar para a sociedade cuiabana uma nova forma de ver, entender e fazer trânsito. Propomos-nos diariamente a introduzir novos conceitos para mostrar que o trânsito é uma questão de cidadania. É uma ferramenta de gestão para a construção de cidades mais inclusivas e com maior qualidade de vida.

O “acidente de trânsito” não existe, pois acidente é algo inevitável, como uma intempérie. Pensando dessa forma podemos concluir que o “acidente de trânsito” é algo que podemos evitar e para tal necessitamos mostrar à sociedade que as variáveis que o envolvem são perfeitamente controláveis e estão sob domínio de qualquer cidadão.

É inegável nossa luta incessante em construir uma nova realidade tanto para o trânsito como para o transporte publico em Cuiabá. Ao longo deste ano implantamos ações históricas e importantes para a nossa cidade, como a criação da faixa exclusiva de ônibus na Av. Isaac Póvoas; o reboque de veículos estacionados de maneira irregular; a restrição de veículos de carga pesada no centro histórico de Cuiabá; o resgate de um grande projeto pedagógico da cidade-mirim de trânsito, que por sua vez, tem sido trabalhado de forma sistematizada nas escolas da rede pública e privada do nosso município; a qualificação de toda a categoria dos taxistas para a Copa do Mundo de 2014; a participação conjunta e efetiva nas ações de preparação voltadas para a Copa do Mundo; a integração com os demais órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito; a realização, ainda que de maneira tímida, da Operação Lei Seca em parceria com o Batalhão de Trânsito; inúmeras campanhas e blitz educativas; diversos cursos de capacitação para nossos agentes de trânsito e transporte, mas acima de tudo, a atuação implacável e incansável dos nossos valorosos agentes, que a dia após dia, dedicam-se não apenas com o objetivo de fiscalizar e administrar esse trânsito que vive momentos caóticos, mas principalmente, salvaguardar as nossas vidas.

É claro que a implementação dessa nova política de transito exigirá ações ousadas, esforços contínuos e investimentos conjuntos, entretanto, só seremos bem sucedidos nesses propósitos, a ponto de deixarmos grandes legados à gerações futuras, se todos, poder público e sociedade, unirem-se pela construção de um novo estágio de cidadania por intermédio de um trânsito mais seguro e mais humano.

Thiago França é advogado, secretário-adjunto de Trânsito e Transporte Urbano de Cuiabá e Conselheiro do Conselho Estadual de Trânsito de Mato Grosso.