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03 de Junho de 2011 09h08

BB e Prefeitura de Cuiabá iniciam parceria em benefício de catadores de lixo

03/06/2011

João Carlos Queiroz/Secom

O gerente de Mercado do Banco do Brasil, Edson Anelli, e a técnica Iriana Tanaka, da Superintendência de Negócios, Varejo e Governo/MT, estiveram ontem (02-06) à tarde no Palácio Alencastro (Salão Nobre), em reunião com a 1ª Dama do Município, doutora Norma Sueli Galindo. Eles apresentaram um pré-projeto relacionado ao Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável direcionado às usinas de reciclagem, o que implica na criação de uma linha de crédito para os catadores, que prevê recursos não reembolsáveis.

Os representantes do Banco do Brasil informaram qual deve ser os encaminhamento após a elaboração do projeto técnico (a ser encaminhado ao BNDS) e os impactos positivos que a reciclagem já traz em diversos centros desenvolvidos do País. O BB se dispôs a restabelecer, de forma ainda mais ampliada, o leque de parcerias sociais existentes entre a instituição financeira e a Prefeitura da Capital. "O projeto técnico requer a apresentação dos pilares da sustentabilidade, com possibilidade de concessão de recursos de até R$ 2 milhões. Cabe ao BNDES analisar o texto e aprová-lo".

Participaram dessa reunião o diretor de emprego e renda da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Evandro Carlos, a assessora comunitária Tânia Matos e a assessora de políticas intersetoriais, Julieta Domingues. A 1ª Dama Norma Sueli Galindo agradeceu o interesse do BB e manifestou disposição da Prefeitura em agilizar projetos de amparo social em campos diversos. O caso das famílias dos catadores foi citado como prioridade da Prefeitura. "Já fizemos um estudo acerca das famílias do lixão, cadastrando os dados coletados, número de filhos. São informações que vamos utilizar para  montar um projeto concreto, resgatando a auto-estima dessas pessoas".

A ideia da 1ª Dama é beneficiar os trabalhadores humildes, diversificando as alternativas de trabalho. "Aumentar o número de oportunidades é um dos caminhos, via ações coligadas. Cadastrá-las possibilita conhecer a realidade para que as alterações possam ser viabilizadas". Cogitou-se na reunião da reabilitação da Coopermar e a agregação de outras cooperativas como parceiras de um programa único, o que possibilitaria ganho coletivo, explicou a doutora Norma Sueli, salientando que o projeto Valorizando Vidas já prevê isso. 

Conforme Edson Anelli, a proposta de agregação das cooperativas à Coopermar "significa promover justiça social". Ele explicou a importância de integrar negócios com visão de sustentabilidade, "porque isso faculta atuação com os vários elos da cadeira produtiva, gerando trabalho e renda, além de impulsionar os mais frágeis" (carentes financeiramente). 

Foi lembrado o Modelo da Coleta Seletiva MMA. O projeto de lei para a política nacional de Resíduos Sólidos, segundo o Banco do Brasil, em trâmite no Congresso Nacional, contempla fortemente o apoio à inserção dos catadores no processo. "Mas é necessário virar o jogo, e isto quer dizer: 'de ação filantrópica com contínuas desistências (ações isoladas na área de reciclagem ou de proteção ao meio ambiente) para soluções planejadas, perenes e eficientes. É fato que a coleta seletiva traz reflexo direto na economia das cidades. O custo médio de uma coleta seletiva é cinco vezes maior do que a convencional. E de 2004 para 2008, a coleta seletiva avançou muito".

Após agradecer o interesse do Banco do Brasil em restabelecer o ritmo de parcerias sociais com o Município, a 1ª Dama doutora Norma Sueli Galindo disse que o BB pode contar com a Prefeitura para tocar mais projetos que tenham conotação social e de interesse coletivo da sociedade. 

O gerente de Mercado Édson Anelli explicou que propostas de trabalho parceiro entre o BB e as prefeituras têm sido apresentadas em outros municípios, ainda que o valor possível de linhas de crédito seja inferior ao de Cuiabá. "Podem, por exemplo, se os projetos técnicos forem aprovados, adquirir caminhões e promover adequação nos lixões e organismos específicos da coleta seletiva (resíduos sólidos). O BB tem esse braço de desenvolvimento sustentável, e o intuito da instituição é trabalhar de forma estreita com os municípios".