Educação / CONSCIENTIZAÇÃO

29 de Abril de 2017 14h24

Prefeitura inicia discussão sobre 'Baleia Azul' em escola do município

29/04/2017

RUAN CUNHA

Jorge Pinho

Após o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro e a primeira-dama Márcia Pinheiro se preocuparem com os casos em Mato Grosso referentes ao Baleia Azul e determinarem ação de conscientização, a prefeitura, via Secretaria Municipal de Educação (SME), iniciou as discussões na rede municipal de ensino com palestra na Escola Municipal de Educação Básica (Emeb), Ana Tereza Arcos Krause, situada no bairro Industriário II.

O primeiro passo foi uma idealização da própria diretoria da escola, principalmente pelo registro de dois casos, em estágio inicial, e outro avançado de alunos vitimas do Baleia Azul e outros jogos que levam a pessoa ao suicídio. Diante disso, a gestora educacional Olinda Gonçalves Almeida, levado em conta a determinação do prefeito, iniciou, em conjunto com a secretaria, a aproximação com os pais e responsáveis pelos alunos para debaterem medidas para prevenir o acesso a esses conteúdos e seus males.   

"A gestão do prefeito Emanuel Pinheiro fala em humanização dos serviços públicos e a escola, principalmente a Emeb Ana Tereza, faz essa humanização junto aos pais porque sem que isso aconteça, nós não conseguimos que nosso objetivo seja cumprido. Precisamos ter a sensibilidade com as crianças e ninguém melhor do que os pais para sinalizar a nós [escola] como fazer isso", externou Olinda ao destacar a parceria de outrora entre a escola e os pais.

Entre os casos registrados na escola está o da filha de 11 anos de Francisca da Silva, moradora da região do bairro Industriário. A aluna da rede municipal começou a mostrar sinais de isolamento e abalo emocional, identificados pela professora da escola que passou a perceber diferenças no comportamento e, em seguida, buscou orientar os pais para juntos buscarem soluções.

"Foi o olhar da professora que me alertou. Esse olhar em relação ao estado da minha filha e sobre o que estava acontecendo em sala de aula, juntamente com os colegas de sala, foi que eu passei a observá-la em casa as mudanças. Então, senão fosse a escola eu não sei o que poderia ter acontecido. A escola foi fundamental", disse a mãe da aluna.

Essa perspectiva vem ao encontro da proposta de governo da humanização dos serviços público bem como o intuito do prefeito de dar proximidade das ações públicas ao cidadão, neste caso, em específico, as escolas e os pais.

"Precisamos enquanto poder público na figura da escola, do diretor, do professor estar próximos das crianças e também dos pais para juntos erradicarmos essa mal que vem atingindo crianças em todo país. Não vou tolerar que esse mal assole as crianças cuiabanas. O prefeito vai estar perto acompanhando essa situação junto com o secretário de Educação Rafael Cotrim para criarmos ações, junto com as mães e pais, para proteger nossas crianças. Isso é humanizar o serviço público. É preocupar com o cidadão", reforçou o prefeito Emanuel Pinheiro.

Segunda etapa

A pasta de Educação do município realiza, ainda neste mês, o segundo passo da ação de conscientização com a programação de palestras de psicólogos e demais profissionais de caráter orientativo direcionado aos professores, coordenadores e diretores de todas as Emeb.        

O público final de toda a campanha serão os alunos do 2º e 3º ciclo do Ensino Fundamental (4ª ao 8ª ano) qual envolve crianças entre 10 e 15 anos que estão na pré-adolescência, fase em que as mudanças emocionais estão em pleno processo de desenvolvimento.

Baleia Azul

O 'jogo' Baleia Azul estimula os participantes a cumprirem 50 desafios, que variam entre tirar fotos enquanto assistem a filmes de terror até a automutilação. As tarefas chegam pelas redes sociais e são propostas por curadores, que fazem ameaças para a realização de todo o ritual. Para a última etapa do jogo é sugerido o suicídio.

Acredita-se que a má intenção do 'jogo' criado em 2015, na Rússia, veio à tona no momento de popularidade do seriado de TV 13 Reasons Why, ou 13 Motivos do Porquê, tradução livre, que está sendo transmitido na plataforma online Netflix. Os episódios contam a história de uma jovem que deixa fitas cassetes esclarecendo as razões que a levaram a cometer o suicídio.