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13 de Setembro de 2012 13h54

Exposição sobre João Cândido em escola municipal permanece até sexta-feira

13/09/2012

Giovania Teixeira Duarte-3645-6578

Até a próxima sexta-feira (14-09), está aberta à comunidade a exposição de fotos sobre a história de vida de João Cândido, o marinheiro negro, na escola Floriano Bocheneki, no bairro Parque Atalaia. A mostra é organizada e cedida pelo Banco do Brasil.

João Cândido Felisberto, também conhecido como Almirante Negro, foi um militar brasileiro da Marinha de Guerra do Brasil, líder da Revolta da Chibata, movimento da corporação contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos.

A iniciativa é uma das ações da unidade de ensino por meio do “Projeto Africando na Atualidade” com o objetivo de efetivar a lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira.

Paralelos à mostra, a escola também promoveu uma exposição com as produções artísticas dos alunos, como desenhos e pinturas, exposição de instrumentos musicais e apresentações de danças afro-brasileiras.

“Para se ter conhecimento, é preciso ter informação. Essa é uma atividade que se presta à informação e também à integração alunos, pais e professores”, avaliou o diretor de Gestão Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá (SME), Gilberto Fraga de Melo, ao destacar que a capital efetivou a Lei 10.639 em 2005 e, em 2007, implementou o “Projeto Abraço”, que trabalha o ensino na perspectiva das relações étnico-raciais.

Melo ainda lembrou que Cuiabá tem características africanas e, por isso, é fundamental que a educação difunda a sua história e cultura. “Dessa forma, estaremos não só respeitando nossas origens, mas também o nosso presente”.

Na avaliação da diretora de Ensino da SME, Elenir Honório do Amaral, a política de Educação Inclusiva compreende oportunidades e direito à qualidade de ensino a todos, indistintamente. “Eventos como esse são fundamentais, pois são momentos em que se efetivas, na prática, todas as dimensões da diversidade”.

De acordo com os professores da escola Floriano Bocheneki, Lindomar Barros e Neuzalina Prado, o trabalho começou a ser implementado na unidade ensino em 2005 e desenvolvido de maneira que envolve todas as disciplinas do currículo dos estudantes. “Nossa proposta é fazer com que os alunos reflitam sobre a própria raça na perspectiva do respeito às diferenças e essa ação se estende à comunidade também”, explicou Barros.

“Hoje, as próprias crianças já dialogam com as outras quando percebem algum tipo discriminação”, relatou a professora, que atribui esse amadurecimento ao conhecimento sobre a história e a cultura afro-brasileira.