/

17 de Junho de 2011 08h00

1ª Dama Norma Sueli quer mutirão das secretarias de Cuiabá pelo social

17/06/2011

João Carlos Queiroz/Gabinete

Após ouvir ontem (16-06) à tarde abrigados e funcionários do Centro de Abordagem Solidária de Cuiabá, a 1ª Dama Norma Sueli Galindo determinou ao presidente da Sanecap, Aray Fonseca, e à diretoria da Seminfe (Infraestrutura), para proceder serviços de limpeza e restauração (banheiros, cascalhamento do pátio) no local. Também anunciou que irá convidar - além da 1ª Dama do Estado, Roseli Barbosa -, a 1ª Dama da Assembleia Legislativa, Janete Riva, para somar esforços no sentido de melhorar as unid ades de assistência social da Capital, que recebem pessoas do interior e de outros estados e países vizinhos, mesma linha de atendimento do Pronto Socorro da Capital.  

"Juntos, vamos ampliar as parcerias existentes e proporcionar condições dignas às casas de apoio do Município e demais instituições semelhantes", disse ela. Trabalho semelhante (mutirão) está em fase de execução no Aterro Sanitário, sede da Usina de Reciclagem de Lixo e do projeto piloto Valorizando Vidas, iniciativa da 1ª Dama e com enfoque de assistência social aos cerca de 100 cooperados (Coopermar) e familiares.

Segundo a professora Rosa Luzardo, 'é preciso melhorar a estrutura física e verificar os espaços ociosos desse Centro de Abordagem Solidária'. Luzardo, lotada na Assistência Social, observou que o lugar dispõe de área generosa para sediar uma série de iniciativas com enfoque ocupacional aos abrigados. "Seria uma das medidas necessárias pa ra evitar que fiquem apenas dormindo ou vendo televisão. A terapia ocupacional é um senhor remédio para muitos males. Principalmente para quem sofre de distúrbios depressivos, solidão. Faz com que as pessoas possam interagir, trocar ideias".

Ela ainda sugeriu o desenvolvimento de atividades físicas (a exemplo de futebol) e outras sócio-educativas. "O importante é direcionar ocupação para quem não tem nada para fazer, limitando-se a comer, dormir e assistir TV. É possível melhorar sensivelmente a forma como eles vivem nesse centro".

A opinião da professora Rosa Luzardo é apoiada pela 1ª Dama Norma Sueli. "De fato, após implementarmos melhorias físicas, pode ser desenvolvido um programa de atividades para que os abrigados se sintam úteis e motivados o tempo todo. É um tratamento digno que qualquer ser humano precisa e merece".

O motorista Eli Pereira, um dos moradores do Centro de Abordagem Solidária, é procedente d e São Paulo, capital. Estava entretido na leitura de um livro, 'Memórias do Barão', emprestado pelo psicólogo Dartanhan Neruda Lopes, funcionário do Centro de Abordagem, no momento em que a 1ª Dama Norma Sueli Galindo percorria as dependências da unidade. "Eu disse ao psicólogo que gostava de ler. Não é do meu feitio ficar dormindo de dia nem vendo televisão. Então, ele me trouxe este livro. Por sinal muito bom".

Conforme Pereira, o centro é um lugar que o acolheu num momento delicado de sua vida. "Tenho 62 anos, estou desempregado há dois e sem teto ou renda mínima. Minha família mora em São Paulo (pausa). Nem sabe do meu destino, acho eu... Resta agora aguardar o período de aposentadoria, de abrigo em abrigo, para não morrer de fome. Empresa nenhuma quer trabalhador de idade avançada, pois a preferência é pelos mais moços. Aqui tenho teto e comida. Mas devem me mandar para um outro abrigo, depois; o tempo no centro é limitado" .