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23 de Agosto de 2010 17h00

Jader Moraes rebate denúncias de maus tratos no Abordagem Solidária

23/08/2010

João Carlos Queiroz/Secom/Cuiabá

O secretário municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, Jader Moraes, afirmou hoje (23-08) que o Albergue Municipal, localizado na MT – 010, conhecida como Rodovia Hélder Candia, não maltrata ninguém, ao contrário do que foi publicado recentemente por um veículo de imprensa da Capital. "Nosso trabalho é voltado a assistir, de forma digna e humana, àqueles que necessitam de ajuda, em todos os sentidos. Maltratar, torturar, não integra essa agenda. É um absurdo sem fundamento dizer que os carentes assistidos pelo Abordagem Solidária, projeto da Smasdh, passem por isso", desabafou Moraes.

Conforme ele, a minoria que se diz maltratada é dependente de álcool e drogas diversas, grupo que se recusa terminantemente a aceitar qualquer tipo de ajuda. "Até investem contra nossos agentes, quando eles se aproximam com esse intuito. Por vezes, agridem os funcionários com pedradas e pauladas; casos repetitivos”, acentua Jader. Ele diz que essas pessoas só se tornam mais dóceis ao oferecimento de ajuda quando a temperatura da Capital baixa a níveis críticos."Aí é diferente, porque o frio incomoda, geralmente associado à fome. Então fica mais fácil compreender nossa intenção. Mas, em fases de calor, eles são arredios, agressivos o tempo inteiro".

Com base nisso, Moraes quer que a Agecopa olhe com atenção especial para o Albergue Municipal de Cuiabá, direcionando recursos financeiros para auxiliar a Prefeitura a resolver um problema que, por conta da Copa 2014, já assume hoje proporções preocupantes, a despeito da antecedência do pleito, 'com tendência progressiva de ficar ainda pior':

"Falou-se muito na quantidade fenomenal de ofertas de trabalho que Cuiabá teria com o advento da Copa do Mundo 2014, as obras em sequência dominó, de larga amplitude social. Por conta desse apelo, o inchaço de Cuiabá começa a acontecer mais cedo do que prevíamos. Daqui a um ano, serão mil novas pessoas por dia na Capital, à procura de oportunidades de trabalho. E quem vai assisti-las? Geralmente chegam sem a mínima estrutura. Como daremos conta desta demanda, ainda não sabemos. É preciso que a Agecopa nos apóie também nesse aspecto, ou teremos um caos incontrolável por aqui".

O desabafo do secretário aconteceu logo após ele se reunir com o coordenador do Centro de Triagem e Abordagem Solidária, Henrique José de Andrade Silva. "O coordenador Henrique vivencia esses problemas diariamente, e é uma injustiça ver como as coisas saem ao inverso da realidade trabalhada com dedicação por parte dos integrantes do projeto Abordagem Solidária. Dedicação associada à falta de recursos para estruturar o atendimento à massa crescente de atendidos no albergue. Quanto ao amanhã, este problema tende a se avolumar a índices alarmantes. Daí nosso pedido à Agecopa para que entenda nossos anseios em relação a essa questão complexa e social".

Henrique José de Andrade, por sua vez, reafirmou as palavras do titular da Smasdh, Jader Moraes. Ele disse que, de fato, os que denunciam estar sendo maltratados e humilhados são dependentes de drogas e álcool.

O coordenador cita que são 42 carentes assistidos atualmente no albergue: "Gostaria que indagasse aos lúcidos, se foram maltratados algum dia. Agora, os usuários de drogas têm transtornos mentais e dizem coisas sem nexo o tempo todo. Um deles responde inclusive a processo em Porto Esperidião, em regime semi-aberto. Saiu por conta e, ao retornar desse município, trouxe drogas. Descobrimos e não o aceitamos, em virtude de haver descumprido normas da casa. No geral, viciados são pessoas violentas ao extremo, e as equipes sentem isso na pele, quando tentam abordagem".