Saúde / EDUCAÇÃO EM SAÚDE

21 de Setembro de 2017 14h42

Vigilância em Zoonoses orienta mais de 9 mil alunos de 46 unidades escolares

21/09/2017

OZIANE RODRIGUES

Davi Valle

Arquivo

Em quatro meses, a Unidade de Vigilância em Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde da Capital (SMS) levou informações para 9.546 alunos de 46 unidades educacionais, entre creches, Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEB).

Os técnicos fazem um trabalho de conscientização sobre os cuidados e meios de combater aos animais sinantrópicos.  Além do Aedes aegypti, que é transmissor de  doenças como o  zika vírus, febre amarela e chicungunya, incluem-se ratos, pombos, escorpiões, morcegos, caramujos e outras companhias indesejáveis que podem causar muitos problemas à saúde humana, inclusive, pode levar à morte.

 

A ação é realizada semanalmente por Agentes de Combate a Endemias (ACE) e, nesta semana, mais de 340 alunos foram atendidos. Dentre eles, os estudantes da EMEB Jescelino Reiners, do bairro Novo Horizonte. A unidade recebeu os profissionais na quarta-feira (20) nos períodos matutinos e vespertinos.

 

No ato, ao molde das demais ações, os estudantes participaram de palestras lúdicas e educativas, entrega de folders e ainda uma ‘Exposição orientativa’ com exemplares de sinantrópicos, incluindo o ciclo evolutivo do Aedes aegypti.

 

O biólogo e Agente de Combate a Endemias (ACE), Hélio Simião, que vem coordenando os trabalhos com o apoio de outras duas ACE, explicou que a conscientização tem como objetivo a prevenção em saúde.  Além disso, ele pontua que as abordagens são fundamentais para desmistificar que só há incidência e reprodução do Aedes nos períodos chuvosos.

 

"Estamos percorrendo as unidades educacionais para fazer saúde preventiva. Muitas pessoas desconhecem o que são animais sinantrópicos e quais os perigos que oferecem à vida humana. Os pombos, caramujos, ratos e o Aedes aegypti estão entre os mais perigosos. E no caso deste último a situação se agrava porque há a falsa impressão de que na seca ele não se reproduz. Na verdade, a fêmea do mosquito aproveita esse período quente para botar os ovos nos criadouros. Depois, basta qualquer água ou chuva para que eles iniciem o ciclo de evolução e nascimento. A percepção da infestação acontece mais nos períodos chuvoso, porém, na verdade, eles se reproduzem o ano todo. Por isso, precisamos estar em alerta", enfatizou.

 

Para a diretora da EMEB Jescelino Reiners, Osvanira Francisca, a conscientização das crianças contribui para que as orientações repassadas cheguem às residências. “Crianças funcionam como ‘esponjas’ pois eles absorvem tudo o que aprendem e repassam esse conhecimento para os pais. Tenho a mais absoluta certeza que com esse trabalho de exposição feito pela SMS, conseguiremos reduzir a incidência desses vetores tanto nas escolas quanto nas casas dos alunos”.

 

Impressionada com as doenças que os pombos e os caramujos podem causar à saúde, a estudante Ana Júlia Oliveira, do 4º ano, avisou que os comportamentos em casa vão mudar. Com isso, ela confirma a estatística da diretora. “Aprendi que não podemos manter nada de lixo no quintal, pois mesmo um tampa de caneta pode servir de ninho para o mosquito da dengue. Agora eu sei também que mesmo sendo bonito, precisamos manter distância dos caramujos e, principalmente, guardar bem a ração dos cachorros, pois ela também é alimento para os ratos. Se eu e minha família tomarmos esses cuidados vamos acabar com esses vetores e não ficaremos doentes. Agora vou fiscalizar tanto a minha casa quanto a dos meus vizinhos”, explicou.

 

Nesta quinta-feira (21), às 19h, a ação continua com  palestra para a equipe gestora da Escola Padre Pombo, situada no bairro Parque Cuiabá. A unidade está sofrendo infestações de pombos.