Saúde / CONSCIENTIZAÇÃO POPULAR

20 de Fevereiro de 2018 16h38

Levantamento do Índice de Infestação do Aedes aegypti aponta alto risco para epidemias em Cuiabá

20/02/2018

OZIANE RODRIGUES

Davi Valle

Embora a prefeitura de Cuiabá venha desde o início da gestão Emanuel Pinheiro intensificando as ações de combate ao Aedes aegypti, o primeiro Levantamento de Índice Rápido de Infestação (LIRAa) deste ano aponta que Cuiabá está em situação de alto risco para transmissão e epidemia de dengue, zika vírus e principalmente da febre chikungunya, com Índice de Infestação Predial (IIP) médio de 8,6% e mais 125 bairros com percentuais acima deste, que vão de 8,9% a 19,4%.  Os números são considerados extremamente alarmantes, uma vez que o satisfatório preconizado pelo Ministério da Saúde é menor que 1%, de 1% a 3,9% situação de alerta e acima de 3,9%, de risco.

Dentre os bairros mais preocupantes estão o Três Barras, Residencial Paraná, Nova Canaã 1ª, 2ª, e 3ª etapa, Colina Verde, Jardim Umuruama, Altos da Glória e 1º de Março todos com  19,4%. Em segundo lugar, com 18%, estão o Jardim Ubatã, São Benedito, Coophamil, Jardim Beira Rio, Novo Terceiro, Santa Izabel, Jardim Araçá, Barra do Pari, Santa Amália e Canachue. Diferente dos demais, que estão compostos por no mínimo oito bairros, o terceiro lugar com 17,4% é formado por apenas cinco comunidades, sendo Vista da Chapada, Voluntários da Pátria, Residencial Sonho Meu e Pedra 90 - 1ª e 2ª etapas.

O LIRAa também destaca que mais de 85% dos criadouros estão nas residências e a maioria delas apresentam mais de um foco sendo que, 80% estão em depósitos ao nível do solo como caixas d'água, tambores, ou outro tipo de recipiente aberto que possa acumular água. O lixo e demais resíduos sólidos como tampinhas de garrafa, latas velhas, cascas de ovo, sacos plásticos, vasilhas e calhas aparecem em segundo lugar na preferência das fêmeas para botar os ovos e proliferar a espécie.

Conforme explicou a coordenadora de Vigilância em Zoonoses, Alessandra Carvalho, infelizmente os dados demonstram que boa parte da população não vem realizando os cuidados básicos para evitar que o mosquito se prolifere, especialmente em período de chuvas. “Os apontamentos do LIRAa são claros, não basta intensificarmos as ações de combate ao Aedes, é preciso que a população se conscientize e faça o dever de casa. Apenas 10 minutos por dia é o suficiente para vistoriar o quintal, eliminar os focos e impedir  que a proliferação do mosquito aconteça. Só venceremos essa guerra com intensificações conjuntas e a população tem fundamental papel neste processo”, frisou.

De acordo com o diretor da Vigilância em Saúde, Oscar Fernandes de Campos, no início do ano passado o prefeito Emanuel Pinheiro instituiu por meio do decreto nº 6.207 de 02/01/2017 o Comitê Municipal de Ação Preventiva ao mosquito Aedes aegypti.  Desde então, diversas ações pontuais vêm sendo deliberadas dentre elas, o apoio de um VANT (veículo aéreo não tripulado), para fazer o mapeamento e monitoramento dos focos larvários desse mosquito, e a intensificação da parceria com a Secretaria de Serviços Urbanos nos projetos Mutirão da Limpeza e Cata Treco.

O Diretor também ressaltou que o comitê vem adotando modelos de comunicação direta e incisiva, junto à Secretaria Adjunta de Relações Comunitárias e à Secretaria de Educação, com palestras voltadas para a Educação Ambiental e sobre o ciclo evolutivo do Aedes, abordando também  as doenças causadas por ele. “Estamos realizando diversas reuniões e capacitações para membros das secretarias municipais e, agora faremos reuniões ampliadas com presidentes e lideranças comunitárias para apresentarmos os resultados do LIRAa e assim podermos contar com a parceria de cada um na luta contra o Aedes”, finalizou.