A diarista Geisiane Buriola da Silva, de 31 anos, que teve as mãos decepadas pelo marido a golpes de facão no último dia 10, em Campo Novo dos Parecis (distante 444 km de Cuiabá), enfrenta outro problema não menos grave; a falta de dinheiro para manter os dois filhos, uma menina de 5 e um garoto de 10 anos, que estão sob os cuidados da avó.

Internada há 16 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal São Benedito, Geisiane vem sendo acompanhada não apenas pela equipe de profissionais da unidade, mas também pelo padastro Marcelo Alves Martins, 61 anos. Ele teve de deixar o emprego e mudar-se para Cuiabá para acompanhar o tratamento da enteada, que está em estado grave.

Hospedado numa casa de apoio, Marcelo explica que é sua esposa, a mãe de Geisiane, quem tem cuidado das crianças. Porém, com a perda da única fonte de renda da família, a situação está cada vez mais complicada. “As crianças precisam de leite e de comida principalmente. Se alguém puder ajudar, ficaremos muito felizes e agradecidos”, revelou.

O padastro, que trabalhava de ‘chapa’, auxiliando caminhoneiros na carga e descarga, se diz satisfeito com o atendimento da equipe multidisciplinar a sua enteada e pela estrutura do Hospital. “Jamais imaginei um Hospital do SUS [Sistema Único de Saúde] assim”, avaliou. 

O caso – Geisiane foi atacada pelo marido no dia 10 de abril, por volta das 20h, em casa. Atingida por golpes de facão na cabeça, mãos e tórax, teve as duas mãos amputadas devido à gravidade dos ferimentos. O agressor tentou fugir do local, mas foi imobilizado pelos vizinhos e depois preso pela Polícia Militar. O caso é investigado pela Polícia Judiciária Civil (PJC) do município. As doações podem ser feitas pelo telefone (65) 99948-0511.