Saúde / COMBATE/MOSQUITO

15 de Maio de 2017 18h51

Comitê discute números da infestação por Aedes aegypti em Cuiabá

15/05/2017

MARIA BARBANT

Luiz Alves

Arquivo

Segundo dados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), Cuiabá continua em situação de alto risco de transmissão de Dengue, Febre Chikungunya e Doença do Zika vírus, porém um risco  menor do que o registrado em janeiro deste ano. O levantamento realizado este mês  mostra que o Índice de Infestação Predial (IIP) médio de Cuiabá é de 4.5%, com variações de 0,5% a 9%. O levantamento é realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses, e identifica os bairros com maiores concentrações de focos do mosquito e os tipos de criadouros predominantes do vetor.

Os números foram divulgados na última sexta-feira (12), durante reunião do Comitê de Ação Preventiva contra o  mosquito Aedes aegypti, criado no inicio do ano pelo prefeito Emanuel Pinheiro, para coordenar as ações conjuntas de combate ao vetor da Dengue, Febre Chikingunya e Doença do Zika vírus.

Na reunião, a técnica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) Moema Couto Silva Blatt mostrou mapas e números que traduzem a situação de Cuiabá.

Na pesquisa, 11,5% dos estratos (regiões) estão em situação de altíssimo risco (maior ou igual a 8%), 35% em alto risco (maior ou igual a 4% - 7,9%) e 46% em alerta (maior ou igual a 1 % - 3,99%). Apenas 3,8% (1%) das regiões estão em situação satisfatória.

Os bairros com altíssimo risco em razão das concentrações de focos do mosquito são na Regional Norte, Jardim Umuarama, Três Barra e 1º de Março; na Regional Sul, os bairros Pedra 90, Vista da Chapada, Voluntários da Pátria e Residencial Sonho Meu e na Regional Leste, Dom Aquino, Poção, Lixeira e Areão. Na Regional Oeste não há bairros nessa condição, de altíssimo risco.

Segundo os dados do LIRAa, o bairro com situação satisfatória, com Índice de Infestação Predial (IIP) de menor de 0,99% é o bairro do Porto, na Regional Oeste.

Durante a reunião foi feito um balanço das ações realizadas em Cuiabá, coordenadas pelo Comitê. No período de 5 a 11 de fevereiro, as ações se concentraram nos bairros Jardim Liberdade, Jardim Fortaleza, Osmar Cabral e São João Del Rey onde foram visitados 3.489 imóveis. Nessa ação, 1.126 imóveis  e 1.353 depósitos receberam tratamento. Os agentes de combate à endemias eliminaram 50 depósitos.

Na segunda ação, realizada no período de 19 a 25 de março, o foco foram os bairros Sol Nascente, Jardim Eldorado, Itamaraty e Planalto onde 2.694 foram visitados. Nesses bairros, 611 imóveis  e 691 depósitos receberam tratamento. Do total, 78 depósitos foram eliminados.

Além das ações de orientação e vistoria, e retirada do lixo, a coordenadoria de Educação, da Diretoria de Vigilância em Saúde, visitou 11 escolas da rede municipal, nas Regionais Norte, Oeste e Leste prestando orientação a 3.036 alunos. 

A técnica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) Moema Couto Silva Blatt explicou que a partir desse levantamento, o Comitê vai traçar novas ações, que serão intensificadas nos bairros onde foram registrados os maiores índices de infestação predial e notificações de casos de dengue, chikungunya e zika.

“É fundamental que tenhamos continuidade das ações para que os índices sejam reduzidos ainda mais. Precisamos continuar o trabalho de mobilização, orientação e informação da população, intensificando o combate ao Aedes aegypti, especialmente  em ralação a limpeza e remoção do lixo, e ações de educação”, destacou.

Moema Blatt explicou ainda que as ações de combate aos possíveis criadouros no período de estiagem são fundamentais. “Precisamos eliminar os criadouros ainda existentes agora no período de estiagem para que possamos eliminar os ovos em latência, impedindo a sua eclosão com a chegada das chuvas. Ao reduzir os criadouros na estiagem iniciaremos o período das chuvas com um baixo índice larvário. Precisamos continuar o trabalho dentro das residências, onde estão predominantemente os focos”, explicou a técnica.

Ainda segundo levantamento, o  maior  problema em Cuiabá continuam sendo os depósitos ao nível do solo seguido dos removíveis (lixo da dengue).

A reunião foi presidida pela secretária de Saúde, Elizeth Lucia de Araújo. O prefeito Emanuel Pinheiro esteve presente no momento da apresentação dos resultados do LIRAa. Também participaram representantes das Secretarias Municipais de Governo, Comunicação, Obras Públicas, Serviços Urbanos, Ordem Pública, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, de Assistência Social e Educação. 

LIRAa

O Programa Nacional de Controle da Dengue define que no LIRAa os bairros que apresentam índices de infestação predial inferiores a 1% estão em condições satisfatórias; de 1% a 3,9% estão em situação de alerta; e superiores a 4% estão com risco de epidemia de dengue.

O objetivo do LIRAa, realizado quatro vezes ao ano de forma a pesquisar o índice de infestação em períodos de chuva, estiagem e transição, é identificar as áreas da cidade com maior proporção/ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes. Estas informações possibilitam intensificar as ações nos locais com maior presença do mosquito Aedes aegypti, que é transmissor não somente da Dengue, mas também da Chikungunya e da Doença do Zika virus.

Confira aqui o Alerta de Risco  para Transmissão de Dengue, Chikungunya e Zika