Saúde / FALANDO DAS EMOÇÕES

10 de Abril de 2019 08h00

Ciclo de palestras acolhe e orienta servidores do Hospital São Benedito sobre depressão

10/04/2019

OZIANE RODRIGUES

Gustavo Duarte

Arquivo

Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. Nos últimos dez anos, esse número cresceu 18,4%. Dentre os países da América Latina, o Brasil possui o maior número de pessoas em depressão, com 5,8% da população, ou seja, um total de 11,5 milhões de brasileiros.  De acordo com o órgão, os números tentem a ser ainda mais alarmantes devido às subnotifcações (pessoas que não procuram os serviços de saúde) - isso porque, em sua maioria, os pacientes 'mascaram sua dor' e os sintomas da depressão raramente são perceptíveis às pessoas que os rodeiam.

Em Cuiabá, na busca de diminuir esse índice, membros da diretoria da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) iniciaram o ciclo de palestras ‘Falando das Emoções’. A iniciativa vem, desde o fim do mês passado, realizando acolhimentos e orientações humanizados aos servidores do Hospital Municipal São Benedito.

As ações, que estão sendo conduzidas pelo coordenador administrativo, Willian Dias vêm trabalhando abordagens sobre os sintomas e as principais formas de depressão e ansiedade, visando sobretudo, identificar a ideação e prevenir o ato suicída. Segundo ele, entre todas as técnicas aplicáveis, o diálogo e a atenção ofertada à pessoa que está doente são considerados um dos melhores remédios.     "Precisamos estar com os olhos voltados para nossos pacientes, e ao mesmo tempo para os servidores que estão cada vez mais adoecidos. Quando a boca fala, o corpo sara. A prevenção acontece quando temos um olhar atento para os outros. Então, que saibamos acolher e ouvir, assim o nosso ambiente tornará cada vez mais humanizado”, explicou o coordenador.

Psicóloga há 26 anos, Larissa Slhessarenko que discorreu sobre a temática na última semana, confirmou que o ‘falar sobre o assunto’ é a saída para se curar das doenças citadas. “Falar sobre o assunto ajuda a pessoa a organizar melhor suas ideias e compreender o que pode estar acontecendo com ela ou com as pessoas ao seu lado. Esse encontro é uma pausa tão necessária, especialmente nos dias atuais, pois estamos vivendo tão acelerados. Precisamos ter esse tempo para olhar para nós e nos reencontrarmos. É um olhar para dentro de si e ressignificar. Ou seja, dar um novo sentido para sua vida. E o diálogo é o primeiro passo para esse novo começo”, enfatizou a profissional.

Para a recepcionista da unidade hospitalar, Mailla Cristina Damasio, o amparo demonstrou a preocupação e respeito da gestão com os servidores. “Nós cuidamos de outras pessoas, mas nem sempre conseguimos cuidar de nós. Nessa linha, esse amparo que mais uma vez foi ofertado pela gestão é essencial para acolhermos e sermos acolhidos de forma humanizada. Sempre lembrando que todo ser humano tem capacidade de crescer nas adversidades, basta que tenha condições para que encontre o caminho. Por isso, a escuta e o acolhimento são tão fundamentais na prevenção ao ato suicida”, ressaltou a servidora.