Saúde / VACINA CUIABÁ

16 de Agosto de 2021 15h25

Catadores de materiais recicláveis comemoram conclusão do esquema de imunização contra a covid-19

16/08/2021

CELLY SILVA

Luiz Alves

Arquivo

A manhã desta segunda-feira (16) foi de alegria para mais de 400 catadores de materiais recicláveis e balanceiros (pessoas que fazem a pesagem do lixo levado nos caminhões de coleta) que receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19, no aterro sanitário localizado na região do Barreiro Branco, através da campanha “Vacina Cuiabá – sua vida em primeiro lugar”. 

Fabiolo Miranda Pereira, 34, contou que “só quem já perdeu um parente por causa dessa doença sabe como é, minha tia faleceu há quatro meses. Ela não chegou de ser vacinada”. O catador de material reciclável não contraiu a doença e se diz mais tranquilo para trabalhar, agora imunizado. “Me sinto feliz por ter a segunda dose e também pelo prefeito ter trazido a vacina pra gente não precisar estar locomovendo porque muita gente quer tomar e não conseguiu ainda”, disse.

Neusa Barbosa de Oliveira, 46, que trabalha há 2 anos como catadora, destacou o alívio em estar imunizada. “Estou muito feliz, graças a Deus. Dá aquele alívio. Cheguei a pegar covid há uns 7 meses, foi antes de eu tomar a primeira dose da vacina. Perdi o olfato e o paladar”, conta. O marido dela, Aparecido Francisco da Silva, que também é catador, também foi imunizado no aterro sanitário. Sobre o fato da vacinação ter ocorrido no local de trabalho do casal, Neusa agradeceu. “Foi muito bom porque senão a gente ia ter que entrar na internet pra estar marcando, então foi muito bom ter vindo aqui, mais prático e mais rápido. Se preocuparam mesmo com a gente”, comentou.

Para Holanda Arruda Paulino, 53, que há 25 anos trabalha no aterro sanitário e dali tirou o sustento de 3 filhos, sendo uma formada em Psicologia, a vacina era algo muito esperado. Ela conta que chegou a ter reação na primeira dose, com dor no corpo, mas que o fato de estar imunizada “compensa”. A trabalhadora vive com um filho e dois netos, torce para que logo eles também possam ser contemplados com a vacina, pois acredita que são os mais jovens que estão se contaminando mais com o coronavírus. “Meu filho pegou covid, já sarou, mas tem perigo de pegar de novo, né? Eu estou com medo. É bom ele vacinar por causa das crianças lá de casa”, afirmou. 

Holanda relata ainda sobre o benefício de ter sido vacinada no mesmo local onde trabalha diariamente, pelo fato da dificuldade que tem em se deslocar. “A vacinação aqui foi melhor porque nós aqui depende de condução, de carona. Eu achei maravilhoso!”. 

Ela aproveitou para pedir à população mais cuidado ao dispensar o lixo de casa. “Faz muitos anos que a gente mexe com isso e até hoje ainda acha muita agulha, máscara no lixo. Precisa conscientizar mais as pessoas para guardar o vidro numa caixinha de leite, separar o material reciclável do lixo do banheiro e do resto de comida. Se puder pelo menos separar o lixo do banheiro e o resto de comida, já ajuda a gente”, apela.

O secretário-adjunto de Serviços Urbanos, Anderson Matos, ressaltou o olhar humanizado da gestão para com o público. “É mais um compromisso do prefeito Emanuel Pinheiro em olhar por aqueles que mais precisam com um olhar clínico. Esses trabalhadores têm contato direto com resíduos sólidos e a gente fica muito feliz em poder contribuir para que eles possam trabalhar com mais tranquilidade e segurança e levar o sustento para suas famílias”. 

Os catadores de material reciclável fazem parte do grupo de cerca de 2 mil pessoas em situação de vulnerabilidade, composto também por carroceiros, motoristas de ônibus e trabalhadores da limpeza urbana. A priorização dessas categorias de trabalhadores foi uma determinação do prefeito Emanuel Pinheiro e da primeira-dama Márcia Pinheiro, por conta da situação de maior exposição ao coronavírus em decorrência das funções que exercem, bem como da condição social, por serem pessoas sem acesso à internet e aos polos de vacinação já montados pela Prefeitura.