Saúde / COMABTE À DENGUE

09 de Janeiro de 2022 08h00

Agentes de endemias fazem atualização e recebem materiais para início dos trabalhos de 2022

09/01/2022

CELLY SILVA

Gustavo Duarte

A Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) de Cuiabá iniciou a primeira semana do ano de 2022 com um curso de atualização para mais de 300 agentes de combate a endemias, além de entrega de equipamentos de proteção individual e larvicidas. Para evitar aglomeração, as turmas foram separadas por regional. O curso foi dividido em quatro etapas, conforme explica Daniel Silveira Cintra, supervisor da UVZ na regional leste. “O curso mostra como eles devem entrar nas casas, ser um bom ouvinte, quais perguntas devem fazer. Também aprendem sobre o preenchimento dos formulários, os pontos estratégicos, além de informações que eles devem trabalhar com os moradores, como o Aedes aegypti, o panorama da dengue no nosso município e a cultura da prevenção, que precisa ser estimulada com o morador”, elenca. 

A capacitação faz parte de um trabalho de rotina da UVZ, que vai sendo readaptada a cada ano. Apesar disso, a última edição ocorreu em 2019 porque, em 2020 e 2021, o cenário da pandemia ainda não permitia a reunião de tantas pessoas. Daniel Cintra destaca que trata-se de uma oportunidade para ambos os lados, tanto para a coordenação da UVZ, quanto para os agentes que atuam na ponta. “É um momento de ouvir quem está no trabalho de campo e obter mais informações da realidade que eles lidam”. 

Josué de Oliveira Silva, agente de combate a endemias há 18 anos, destaca a importância de anualmente rever o conteúdo que precisa ser trabalhado no dia-a-dia. “Ajuda bastante porque têm muitas informações que com o tempo vão passando despercebido e as capacitação ajudam bastante a gente a reforçar”, diz.

Em relação ao atual cenário do trabalho de campo, o profissional afirma que ainda há pessoas que resistem à entrada dos agentes nas residências, por medo do contágio pelo coronavírus, mas destaca que mesmo nessas situações, o trabalho de conscientização quanto à prevenção à dengue, zika e Chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, continuam.  “Ainda vamos ter bastante resistência por conta da pandemia, porque muitos idosos ainda não aceitam receber a visita. Nesse caso eu oriento a pessoa pelo portão para ajudar pelo menos um pouco. A gente tem um olhar clínico para detectar os focos, os criadouros. Então a gente explica para eles e pede para ele virarem a garrafa do quintal, por exemplo. Se não fosse esse trabalho dos agentes, teríamos um cenário muito mais crítico, ainda mais agora que está chovendo direto”, comenta. 

Entrega de materiais de trabalho

Além da requalificação, os agentes de combates a endemias repuseram seus estoques de larvicida, que este ano mudou. Anteriormente era utilizado um produto químico, que foi substituído pelo Espinosade, que é biológico e menos prejudicial aos humanos e ao meio ambiente, mantendo a eficácia para matar larvas do mosquito. 

Os agentes também receberam máscaras faciais e álcool 70, que são disponibilizados em média a cada 15 dias, e protetor solar FPS 60, que é entregue a cada ciclo de visitas domiciliares, que ocorrem 6 vezes ao ano.