Saúde / UPA MORADA DO OURO

14 de Fevereiro de 2018 18h39

A Prefeitura fez e continua fazendo tudo que é necessário para garantir a total recuperação das vítimas, assegura Emanuel Pinheiro

14/02/2018

BRUNO VICENTE

Gustavo Duarte

Arquivo

Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (14), no Palácio Alencastro, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, assegurou que, dentro da competência do Município, a Prefeitura fez e continua fazendo tudo o que é necessário para garantir a total recuperação das cinco pessoas vitimadas durante o incidente ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA) da Morado do Ouro. Por volta das 17h da última terça-feira (13), a unidade de saúde foi alvo de uma possível tentativa de resgate de um reeducando, resultando em uma troca de tiros entre agentes penitenciários e os autores da ação.

Em sua fala, o prefeito destacou que ao Município cabe garantir a realização de todo procedimento clínico àqueles que procuram as unidades de saúde de Cuiabá, fato esse que, segundo o gestor, foi reforçado durante o carnaval, por ser um período em que o número de ocorrências médicas tende aumentar. Em relação à segurança, Emanuel Pinheiro ressaltou que essa é uma área que compete ao Estado, que deve elaborar e colocar em prática todo um procedimento de deslocamento de reeducandos até as unidades de saúde, visando expor o mínimo possível o restante da sociedade que também depende da saúde pública.

“Iniciamos e continuamos atuando com todo empenho preciso para conseguir fechar esse processo com sucesso. O pronto atendimento do agente penitenciário, da mãe e da enfermeira foi feito e todos estão em um bom estado de recuperação. Agora estamos com as nossas atenções voltadas para salvar a vida do bebê de seis meses e da paciente de 33 anos que ainda se encontram em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro e requerendo cuidados médicos especiais. Cabe ressaltar que planejamos a atuação das nossas equipes de saúde para que houvesse um sistema de atendimento, do Pronto Socorro á Atenção Básica, preparando e equipando para atender bem e com presteza. Infelizmente aconteceu essa tragédia anunciada, que será investigada. O que é de responsabilidade do Município é salvar a vida de todos os pacientes, como foi e continua sendo feito”, argumentou Emanuel.

Conforme explicou a secretária municipal de Saúde, Elizeth Araújo, o detento já havia, no último dia 17 de janeiro, dado entrada na UPA alegando sintomas parecidos como falta de ar e dores lombares. Na ocasião, o atendimento foi feito seguindo toda a orientação para esse tipo de situação, onde a assistência deve ser prestada da forma mais ágil possível, encaminhando o reeducando para a classificação de risco, e evitando um contato prolongado com os demais cidadãos que estão no local. Ela ressalta, porém, que desta vez não houve tempo para que essa triagem fosse executada, já que atuação dos bandidos foi rápida.

“Se foi algo planejado é o serviço de inteligência da Polícia Civil que vai definir. O que temos é uma coincidência do mesmo diagnóstico da última última vez que o reeducando esteve na unidade. Dessa vez não deu tempo de fazer a triagem, pois quando o processo de classificação foi iniciado já houve a abordagem e rendição dos profissionais. Felizmente, das cinco vitimas, três já estão em uma situação mais tranquila e agora estamos focados nos dois casos considerados mais graves, que é o da criança, de seis meses, e da moça de 33 anos. Ambos já estão em situação estável e acreditamos que logo estarão fora de risco”, enfatizou a secretária.

De acordo com o secretário municipal de Ordem Pública e coronel da reserva da Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT), Leovaldo Sales, existe um manual de procedimento operacional padrão do sistema penitenciário para deslocamento de reeducando, que está em vigor desde 2014. Segundo Sales o documento prescreve como deve ser a atuação da polícia nesse tipo de situação.

“Existe diversos procedimentos para se seguir nesse tipo de situação e, aparentemente, isso não foi colocado em prática. Todo deslocamento deve ser acompanhado de uma escolta. Essa escolta precisa se deslocar até a unidade e verificar as condições de segurança, isso não foi feito. Também não se deve permitir contatos ou aproximação de pessoas junto ao recuperando. Além disso, as escoltas devem ser realizadas com, no mínimo, três agentes para cada recuperando”, pontuou Sales.

Confira o quadro clínico das cinco vítimas:

O agente prisional, 33 anos foi atingido na coxa, sem indicações cirúrgicas. Quadro de saúde é estável, com indicação para receber alta hospitalar.

A enfermeira de 51 anos, foi atingida na altura da coxa, recebeu alta hospitalar.

A paciente de 33 anos foi atingida na região do tórax, realizou cirurgia de emergência para drenagens e, nesse momento, apresenta boa evolução no quadro clínico. Em breve deve receber alta da UTI e continuar a recuperação.

A paciênte de 22 anos (mãe do bebê), foi atingida de raspão no braço, recebeu alta hospitalar.

O bebê seis meses, foi atingido na mão e na região do tórax. A bala está alojada nas costas, mas não atingiu órgãos vitais e nem a coluna. Passou por procedimento de sutura nas mãos, e está na UTI para tratamento de pneumonia, motivo pelo qual o levou à UPA. O paciente apresentou melhoras no quadro clínico. Se encontra em processo de estabilização para dar andamento ao procedimento cirúrgico de retirada do projétil alojado nas costas.

A pedido dos familiares e por questões de segurança a Secretaria Municipal de Saúde não está divulgando os nomes dos pacientes.