A quinta das 43 audiências públicas que definirão diretrizes para a elaboração do Plano Diretor de Cuiabá reuniu moradores da região do Jardim Paulista em uma igreja do bairro, na noite de segunda-feira (13). A revisão do documento acontece a cada dez anos e está dividida entre as fases de diagnóstico, prognóstico, legalização e execução. É por meio deste instrumento que a gestão ordenará o crescimento da Capital, considerando aspectos sociais e de infraestrutura.

De acordo com o superintendente do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá (IPDU), Márcio Puga, nesta primeira etapa o foco dos encontros é ouvir a população, independente de quais sejam suas demandas. Depois disso, as questões mais importantes são compiladas para que se desenhem as soluções. Na sequência haverá outras 30 audiências, para que órgão possa certificar-se de que todos os cidadãos estão de acordo com as propostas.

Puga também explica que a previsão de entrega da minuta de lei, resultado da terceira fase do processo, está prevista para abril de 2019. “Queremos entregá-la como presente pelo aniversário de 300 anos de Cuiabá. Nosso primeiro Plano Diretor foi feito em 1992. O Segundo, com atraso, em 2007. Agora estamos trabalhando  novamente por sua atualização”, argumenta.

Como organismo vivo, suscetível a constantes variáveis, a cidade cresce e se modifica de acordo com influências demográficas, sociais, econômicas e de infraestrutura. É neste contexto que se destaca a importância do planejamento. “Aqui estarão descritos os rumos pelos quais a atual e as próximas administrações deverão seguir para atender os anseios da sociedade” reforça o superintendente.

É o que espera, por exemplo, a aposentada Benedita da Silva Jesus, uma das fundadoras do Jardim Paulista.  Moradora da região desde 1954, ela soube da reunião por meio do filho, que é presidente da Associação de Moradores.  “Fiz questão de vir para acompanhar. Hoje nosso principal problema é com a segurança, mas como em todos os lugares também precisamos de melhorias na saúde e educação.

Para a presidente da Associação dos Moradores do Jardim Europa, Rosa Barbosa, um dos principais problemas da região está relacionado à expansão do comércio nas proximidades da Universidade de Cuiabá (Unic). Somado aos inúmeros residenciais “multifamiliares”, os estabelecimentos sobrecarregariam a rede de esgoto. Sendo assim, a principal reinvindicação dos moradores está relacionada à definição de bairros residenciais e mistos.

Participação popular

Ao longo dos próximos seis meses, a equipe do IPDU estará dentro dos bairros de Cuiabá para a realização das audiências públicas. Os encontros serão divididos por regionais, começando pela Leste, seguida pela Oeste, Sul e Norte. Englobando uma média de seis comunidades por encontro, as reuniões terão início sempre às 19h. Os encontros acontecem duas vezes por semana, as segundas e quintas-feiras.

“É importante que a população se envolva nesse processo, pois construir uma cidade melhor para os nossos filhos, netos e bisnetos é um dever comunitário - iniciando pela Prefeitura e se alastrando entre os contribuintes. Queremos saber a percepção dos moradores em relação à Capital que os cerca, para que esta versão aprimorada do Plano Diretor contemple os anseios globais, trazendo soluções eficazes para os vindouros problemas que qualquer município em pleno e constante estágio de evolução possa vivenciar”, concluiu Puga.