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08 de Setembro de 2015 17h27

IPDU discute mobilidade urbana com Estado, Município e entidades

08/09/2015

CARLOS MARTINS

Tchélo Figueiredo

A reorganização do sistema de transporte público de Cuiabá e de Várzea Grande foi discutida nesta terça-feira (08) em um painel sobre a mobilidade urbana. O encontro, organizado pelo Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (IPDU), reuniu no auditório da Secretaria de Educação de Cuiabá representantes dos governos estadual, municipal e entidades, que debateram também novas modalidades de transporte, como as ciclovias.

“Segundo o IBGE, 85% das pessoas vivem nas cidades, por isso buscamos soluções para ter cidades mais sustentáveis”, disse na abertura o superintendente do IPDU, Benedito Libânio de Souza Neto. A reorganização do sistema, com validade para os próximos dez anos, passa pela elaboração da Pesquisa Origem-Destino, cujo último trabalho foi feito em 2005. “Queremos discutir a mobilidade com toda a sociedade e instituições. É uma ação importante para construirmos uma agenda conjunta e para que criemos um fórum permanente”, acrescentou.

A pesquisa de 2005 foi elaborada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) por meio do Departamento de Engenharia Civil. Na época, um dos resultados apontados pela pesquisa feita sob a coordenação do professor Luiz Miguel de Miranda é que existiam 47 linhas de ônibus ligando Cuiabá a Várzea Grande, com 164 ônibus. Com a readequação, as empresas foram reduzidas a apenas uma (a União Transportes), sendo o transporte de passageiros feito com 72 ônibus.

“Neste caso, do transporte intermunicipal, houve uma racionalização, uma redução do impacto de consumo. Sem a pesquisa Origem-Destino, a gente não sabe onde colocar o ônibus, onde vai tirar, quantos passageiros serão atendidos”, observou o professor Miranda. Ele contou que este tipo de pesquisa começou em 1987 com a avaliação do sistema de transporte público de São Paulo incluindo o metrô. “A cada dez anos se repete a pesquisa para ver onde avançou”, explicou.

Diretrizes

Durante o painel, o professor Miranda fez a apresentação das diretrizes da nova pesquisa Origem-Destino 2015. O trabalho inclui o planejamento do sistema viário, pesquisa socioeconômica, avaliação do sistema e volume de tráfego, velocidade média do transporte público, avaliação da qualidade dos serviços, a utilização da bicicleta como meio de transporte com a consequente criação de ciclovias, entre outros itens. “Esta proposta foi encaminhada ao governo do Estado. Com esta nova pesquisa, podemos ganhar mais dez anos de reorganização do sistema de transporte nas duas cidades”, acrescentou o professor.

O secretário de Cidades de Mato Grosso, Eduardo Chiletto, disse que o trabalho pode ser aproveitado na elaboração da nova matriz. Ele explicou que por determinação da Justiça Federal, foi contratada uma consultoria que irá definir a escolha da empresa que fará a nova matriz e dez empresas já receberam o convite para trabalhar o novo modelo.

”Acredito que quatro meses é o tempo necessário para que se apresente uma nova matriz. Em janeiro vamos saber não só sobre a nova matriz, mas também outras coisas que precisam ser respondidas para que possa ter viabilidade o VLT [Veículo Leve sobre Trilhos], e sua integração com o sistema viário, com as diversas modalidades de transportes”, explicou Chiletto.

Câmara Temática

Representando a Secretaria de Mobilidade Urbana, a secretária-adjunta, Anna Regina Feuerharmel, informou que está em andamento um processo de licitação para a contratação de uma consultoria que irá fazer, juntamente com técnicos da prefeitura, um plano de mobilidade urbana. “Este plano será elaborado a partir das diretrizes traçadas pela Câmara Temática de Mobilidade Urbana. Será importante porque a população vai ter a consolidação das diretrizes para o transporte público, para pedestres, ciclistas, motoristas, para todas as modalidades de transporte no município de Cuiabá”, explicou Anna Regina.

Outro tema abordado no painel foi sobre o planejamento e projeto de transporte cicloviário para a Capital, apresentado por Maria Luiza Queiroz Brandão, representante do movimento Ciclovias Já. Ela relatou suas pesquisas realizadas na Irlanda, Holanda e França, países onde as ciclovias estão incluídas nos sistemas de transporte e também chamou a atenção para a necessidade de recuperação de ciclovias e ciclofaixas já existentes, como a da Estrada do Moinho e a da Avenida das Torres.

Também participaram do painel os secretários municipais Guilherme Muller (Planejamento), Paulo Borges (Habitação e Regularização Fundiária), Cel PM Eduardo Henrique de Souza (Ordem Pública), Alan Porto (Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), além de representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA-MT), Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU-MT), Agência de Desenvolvimento Metropolitano do Vale do Rio Cuiabá (Agem/MT) e Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT).