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06 de Abril de 2016 11h46

Exposição ‘Retratos de Cuiabá’ traz um olhar sobre os 297 anos da Cidade Verde

06/04/2016

LUCIANA SOUZA

Michel Alvim

Sob um olhar de profissionais da arquitetura, comunicação, artes plásticas e educação, aconteceu na noite desta terça-feira (5), no Museu Histórico de Mato Grosso, a exposição de ideias ‘Retratos de Cuiabá’. O evento faz parte do calendário de comemorações do aniversário de 297 anos de Cuiabá e objetivou mostrar ‘a Cuiabá’ do passado, presente e futuro pelos olhares dos atores que compõe essa história, auxiliando na construção dos novos traços.

À frente da organização do evento, o superintendente do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano(IPDU), Benedito Libânio de Souza, explicou que a ideia de realizar uma exposição a partir de apresentações com as visões desses profissionais se deu a partir da revisão  do Plano Diretor da cidade.

“A própria Constituição Federal garante que todo processo seja participativo. Quanto mais ouvirmos as pessoas, os agentes da cidade, vamos conseguir um trabalho melhor. Então a base para essas melhorias é essa interação. E quando falamos em interação é colocar os atores da cidade, incluindo a população, nessa construção. Isso é um dos pontos que o prefeito Mauro Mendes nos solicitou para esta revisão. E a proposta da realização desse exposição de ideias é exatamente isso: mudar a visão que as pessoas tem da cidade, e  ninguém melhor para traçar este contexto do que os profissionais que ajudam na construção dos espaços. Mesclar as ideias e passá-las a todos, nos capacitará para esse processo urbanístico na cidade”, disse. 

Um dos palestrantes da noite foi o professor Moisés Martins, que ocupa uma cadeira na Academia Mato-grossense de Letras. Além da arte de lecionar, Moisés também carrega o brilhantismo da poesia. E foi assim que ele narrou, por vários tópicos, a história ‘da Cuiabá antiga’. Para ele Cuiabá não se rendeu as “feridas” das mudanças territoriais e mostra hoje, que está no caminho de ser uma das mais importantes capitais para o desenvolvimento do Brasil.

“Cuiabá nos seus 297 anos tem provado que tem raça. E que não é uma divisão territorial que vai conseguir camuflar, acabar com as nossa esperança de progresso. Nós somos como disse Garcia Neto “o Estado solução”. E sem dúvida alguma quando sairmos lá em cima, no Porto, com esse potencial de soja, de gado, algodão, nós vamos ajudar mais ainda o Brasil. Diferente de muitos, que tiram de nossas terras.  Por isso, por essa força, aprendi a amar Cuiabá de maneira diferenciada.  Não nasci nessa terra, mas foi esta terra que me recebeu tão bem. Parabéns Cuiabá e obrigada pela oportunidade de fazer parte desta linda história”, relatou.

Palestrou na exposição também o artista plástico Jonas Barros, que contou a história das artes visuais na capital e como ela ajudou no desenvolvimento. “Colocar a arte em contato com a população traz uma nova visão de como podemos construir uma leveza dentro do urbanismo. Mesclar a correria dos novos tempos com  a paz  que precisamos para descansar nossas energias.”

O Jornalista Onofre Ribeiro apresentou uma “Cuiabá do futuro”. O comunicador expressou a globalização na nossa cidade, falou das mudanças. Ele definiu a cidade como ‘uma semente da nova caminhada do país’. “Estamos à frente de muitos estados e com certeza para muitos profissionais da área da economia, somos o futuro, a esperança.”

A arquiteta Silvia Faria encerrou as apresentações. Silvia traduziu a história da cidade falando sobre o ontem, o hoje e o amanhã. Ela explicou que para construir os espaços nas áreas territoriais de uma cidade, é preciso compreender o contexto da cultura, da vida de pulsa ali. “Todo o processo passa pelas expressões, reflexos das relações humanas contidas na cidade”, expressou Silvia, que é natural de Campinas, mas dedica um pouco de sua arte à Cuiabá e se sente parte desta terra.

Segundo o superintendente Benedito Libânio, o evento com esta base é o primeiro, mas que a prefeitura tem o objetivo de sempre realizar nesses mesmos moldes mais exposições, “garantindo assim não só a participação de todos no processo de construção, mas também traduzindo a eles as mudanças que acontecem e porque delas dentro da cidade”, finalizou.

Estava presente no evento também o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU), Wilson Fernando Vargas de Andrade.