Ordem Pública / AÇÃO PREVENTIVA

29 de Junho de 2018 09h00

Projeto "Anjos da Guarda" leva zelo pela integridade social de alunos da zona rural

29/06/2018

ANDRESSA SALES

Gustavo Duarte

A contribuição dada pelos policias militares do projeto “Anjos da Guarda” nas unidades educacionais da zona rural tem feito toda a diferença no controle e disciplina dos alunos. Embora as escolas estejam situadas em um território mais distante do perímetro urbano, a equipe itinerante concentra uma parte do tempo, exclusivamente para prestar atendimento nessas localidades.

Nessa quinta-feira (28), por exemplo, os alunos da Escola Municipal de Educação Básica do Campo (Emebc) Nova Esperança, há aproximadamente 50 quilômetros do centro da Capital, receberam uma equipe do projeto para dar continuidade nos trabalhos, que é acompanhado semanalmente. Dessa mesma forma ocorre em outras sete unidades das áreas rurais beneficiadas.

De acordo com o 2° Sargento da Polícia Militar (PM), Carlos, o projeto tem alcançado resultados maiores que o esperado. Um deles é a união entre os militares e educadores, dando soluções às demandas reprimidas e prevenindo possíveis práticas que ferem a dignidade de jovens e adolescentes.

“Por se tratar de uma escola rural, que absorve alunos de várias comunidades dessa redondeza, deparamos com uma infinidade de comportamentos. O primeiro problema apresentado na unidade foi à indisciplina de alguns alunos, com a nossa presença isso começou a ser minimizado”, apontou.

Responsável por realizar as rondas escolares, a equipe também composta pela Cabo PM Elizena, detalhou que durante as visitas são disponibilizadas para a direção escolar o número do celular da guarnição de plantão, para que, de forma célere e eficaz, facilite a comunicação, na hipótese de necessidade da presença policial. Além disso, o 190 também se encontra sempre à disposição. Desde quando iniciou a atuação na comunidade, qualquer ocorrência envolvendo alunos ou no entorno da escola a equipe esteve presente. “Todo o trabalho é feito em parceria, seguindo o regulamento escolar e bem alinhado com a direção”, frisou a Cabo Elizena.

O “Anjos da Guarda”, coordenado pela Secretaria Municipal de Ordem Pública, conta ainda com uma vertente pedagógica que dá assistência à comunidade. Isso porque a medida foi elaborada com a finalidade de coordenar as ações de prevenção já existentes na área da segurança pública, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd), que também é aplicado nesta unidade.

“Temos duas equipes. No período matutino trabalhamos com várias palestras para noções de temas como, segurança no trânsito, patriotismo, respeito ao próximo, bullying, atos infracionais, dentre outros. No vespertino, em parceria com a Polícia Militar, trabalhamos as lições do Proerd, cujas atividades educacionais em sala de aula fornecem aos jovens as estratégias adequadas para tornarem bons cidadãos, resistir à oferta de drogas e ao apelo da violência”, explicou o sargento.

A Emebc Nova Esperança conta com um corpo discente de 408 alunos, incluindo os da Educação de Jovens e Adultos (EJA), e aproximadamente 30 docentes. Instalada na regional Sul de Cuiabá, há mais de 20 anos, a escola atende crianças de 04 a 14 anos.

“Esse projeto vem ao encontro às necessidades reais das escolas e sua implementação é responsabilidade de todos os envolvidos com a gestão pública. A intenção é que as ações sejam planejadas em conjunto. É um esforço para evitar que todos os problemas delicados de vulnerabilidade que ocorrem nas escolas acabem culminando na segurança pública”, disse a diretora da Emebc, Lairce Fonseca.

“Estamos felizes em saber que esse apoio está chegando aqui, que o município está atento as comunidades rurais, não só nos grandes centros. Mais bacana é ver as crianças interagindo com os policiais dentro de sala de aula, e dessa forma deixando de lado o medo da imagem estereotipada do PM e enxergando apenas como o ser humano preocupado em proteger e zelar por eles”, afirmou o professor de Educação Física, Flávio Miranda.

Para os alunos, as observações sobre o projeto são as mais variadas possíveis. “Eu aprendi que não posso aceitar nada de pessoas estranhas”, disse Rafaela Sofia, 6 anos.

O colega de classe, Heitor Felipe, acrescenta “quando acontecer alguma coisa estranha temos que falar para os pais ou professor”, disse o aluno se lembrando dos ensinamentos repassados pela equipe.

Atualmente, já existe policiamento escolar em algumas regiões da cidade. O que difere o trabalho dos “Anjos da Guarda” é que a nova modalidade de policiamento tem viaturas próprias e efetivo orientado para atender especificamente aos estudantes.

“Não haverá rotatividade entre os policiais que atendem as escolas, facilitando a criação de um vínculo de confiança com os alunos. As rondas preventivas e ostensivas, de modo geral, tendem a desenvolver também um trabalho de integração e interação com a comunidade”, concluiu o secretário-adjunto de Apoio à Segurança Pública, Marion Metello.