Formar adultos aptos para cuidar dos nossos recursos naturais de maneira consciente é a grande coroa do curso de Formação de Brigadista Ambiental Juvenil Oscar Amelito, criado pela Prefeitura de Cuiabá e voltado para estudantes da rede municipal de ensino. O projeto piloto, que iniciou suas aulas nesta quarta-feira (13) no Horto Florestal, homenageia o servidor público de carreira, Oscar Amelito, falecido no início deste ano e atende 40 crianças entre 10 e 13 anos das Escolas Municipais Floriano Bochenek e Padre Raimundo Pombo.

“Por meio dessa iniciativa queremos desenvolver nos pequenos o dever de conservação, na busca da redução dos impactos ambientais, orientando quanto às atividades preventivas para a diminuição de desastres, transformando os alunos em multiplicadores no meio em que vivem. Abordando o assunto através de uma perspectiva sustentável e dinâmica, nosso objetivo é formar cidadãos que reconhecem a importância do meio em que vivem e se dispõem a valoriza-lo, sabendo que existe uma relação de interdependência entre o homem e os recursos naturais”, afirmou Zilda Helena, coordenadora do Horto Florestal.

Fruto de uma parceria entre as Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Educação e Coordenadoria  Defesa Civil, com o apoio financeiro do Ministério Público do Estado, o curso de formação oferta noções e percepções de risco quanto aos agentes adversos como chuvas, enchentes e queimadas, capacitando os jovens alunos quanto à minimização de danos ao meio ambiente. Com recursos dinâmicos e lúdicos, as crianças aprenderão prática e teoricamente a respeito de quais cuidados podem ser tomados para evitar catástrofes ambientais e as pequenas atitudes decisivas que as crianças podem tomar e incentivar naqueles que os rodeiam.

“Crianças sempre foram nosso alvo em se tratando de iniciativas que promovam a cidadania. Vamos às escolas para orientar as crianças sobre a prevenção de alagamentos e os gestos simples que todos nós devemos colocar em prática, como não jogar lixo nas ruas. Em um determinado ano alcançamos mais de 5 mil alunos. Este trabalho, aliado a um mutirão de limpeza de córregos, nos proporcionou frutos valiosos. No ano seguinte a esse grande atendimento aos estudantes, fomos capazes de reduzir em 60% o índice de alagamentos na Capital. Isso prova que focar na formação dos mais novos faz toda a diferença. O adulto você obriga por meio da legislação, a criança você conscientiza. E uma vez que ela aprende, jamais esquece”, contou José Pedro Zanetti, coordenador da Defesa Civil.

A escolha das duas unidades de ensino e dos 40 anos alunos participantes foi feita de forma estratégica. Por se tratar de um projeto que ainda está em fase de teste, não havia a possibilidade de englobar um número maior de estudantes e instituições. Para tornar todo o trabalho eficiente e de efeito contínuo, as crianças foram selecionadas considerando a região em que moram. Segundo Sérgio Zanelato, assessor da Coordenadoria de Programas e Projetos da Secretaria Municipal de Educação, é fundamental que elas possam exercer seu papel de brigadista ‘in loco’.

“Escolhemos as duas escolas em questão por sua proximidade do Horto Florestal, facilitando o trajeto de todos os participantes. Além disso, os alunos foram chamados conforme a necessidade do local aonde residem. Queremos que eles desempenhem o título de brigadista na comunidade em que vivem, por isso demos preferência para crianças que moram em regiões como o bairro Parque Atalaia, onde suas novas funções serão de grande valia e utilidade”, disse.

Para a primeira professora do dia, a estudante do curso de Geografia da UFMT, Maribel Mascarenhas, a proposta da formação de brigadistas mirins vai conferir uma maturidade maior para os estudantes, criando um senso crítico a respeito dos cuidados necessários com o meio ambiente. “Hoje eles aprenderam sobre impacto ambiental e como ações preventivas podem evitar que o nosso mundo entre em colapso. Indo mais além, eles viram sobre os danos que o homem já gerou e como a prática de compensação ambiental não supera e tão pouco traz de volta as vidas perdidas com o desmatamento”, revelou.

Para Matheus Henrique Duarte (11), estudante do 6° ano da EMEB Floriano Bochenek, a oportunidade de se tornar um brigadista é animadora. “Aqui a gente aprende sobre tudo aquilo que tem maltratado o meio ambiente e como nós podemos impedir que isso continue. É bem legal poder conhecer as espécie de animais e como reagir a elas, sem machuca-las ou mata-las”, concluiu.

As aulas do curso de Formação de Brigadistas Ambiental Juvenil Oscar Amelito acontecerão uma vez por semana e tem a duração de um mês. Ao final do curso, os participantes receberão um colete da Defesa Civil feito sob medida e um certificado, entregue em uma solenidade de formatura a ser realizada no dia 11 de maio.