Gestão / SUPERAÇÃO

25 de Outubro de 2018 08h00

Servidora afastada fala sobre batalha contra câncer de mama e alerta para prevenção

25/10/2018

ANDRÉ GARCIA SANTANA

Davi Valle

Arquivo

Cerca de 70 servidoras municipais se reuniram no auditório do Cuiabá–Prev, na tarde de terça-feira (23), para falar sobre saúde da mulher. Além das orientações do médico perito George Salvador de Lima, elas ouviram o relato da servidora afastada Alessandra de Moraes, que na mesma data, em 2017, recebia o diagnóstico de câncer de mama. A descoberta precoce foi decisiva para o sucesso do tratamento e por isso ela resolveu compartilhar informações sobre a importância da prevenção.

Desde que começou a batalha contra a doença foram oitos sessões de quimioterapia, a cirurgia para a retirada dos seios e mais 25 sessões de radioterapia. “O tratamento é bem pesado, deixa a gente debilitada, então quanto mais cedo começa, melhor. Em março daquele mesmo ano eu tinha feito o exame e não tinha dado nada. Cinco meses depois eu senti uma dor e resolvi procurar o médico, foi ali que ele pediu a biopsia e veio o resultado.”

Aos 44 anos ela conta que faz exames de mamografia desde os 30 anos de idade, porque a mãe teve o mesmo câncer. Na época um nódulo benigno foi retirado do seio esquerdo, por precaução. Dessa vez, a mastectomia radical, que consiste na remoção dos dois seios, foi necessária. O fato de ser uma mulher jovem também contribuiu para uma boa evolução do quadro e agora Alessandra cumpre um protocolo, mantido com medicação ao longo de cinco anos, até que possa dizer que está curada.

“No momento em que você é diagnosticada o chão se abre e acha que não vai dar conta. Você pensa logo no pior. Mesmo eu estando alerta a todo instante não escapei de ter a doença, então eu venho hoje pra conscientizar a todas de que isso pode acontecer com qualquer mulher. A gente precisa se conhecer, se cuidar e se amar. O tratamento é muito doloroso e não quero que ninguém passe pelo mesmo sofrimento”, afirma.

O relato ganha força com a fala de George, que destaca a importância da prevenção, capaz de minimizar o impacto do tratamento de doenças como esta, consideradas silenciosas. Sua recomendação é que as mulheres não abram mão de exames clínicos e ginecológicos rotineiros, buscando, uma ou duas vezes por ano, fazer uma avaliação mais ampla. O conhecimento do próprio corpo e o autoexame de toque também são essenciais nesse contexto.

“A maioria desses casos são previsíveis e preveníveis. O acompanhamento pode evitar que sintomas se transformem em agravos de saúde e resultem na mutilação da mulher, no seu sofrimento, perda da autoestima e nos piores casos, no óbito. Isso tudo pode ser evitado com educação e autoconhecimento corporal”, diz.

Para além do trabalho

Este é o terceiro ano que o Cuiabá-Prev recebe a palestra, em referência ao Outubro Rosa. Para a ocasião foram convidadas servidoras da Secretaria de Gestão e da Controladoria Geral, além de aposentadas e pensionistas da Associação dos Aposentados e pensionistas da Prefeitura de Cuiabá (AAPMC).

De acordo com o secretário adjunto de previdência, Fernando Jorge Mendes, a ação se faz ainda mais necessária se considerado o quadro de funcionários municipais, que conta mais 10 mil mulheres, mais de 60% do total. Os resultados da mobilização são observados nos consultórios de George e de seus colegas que, desde as últimas palestras, perceberam que um grande número de servidoras passou a procurá-los, demonstrando maior preocupação com a prevenção do câncer de mama.

Além desta, também são realizadas ações ao longo do Setembro Amarelo, dedicado à prevenção do suicídio, e do Novembro Azul, que alerta para a ocorrência de câncer de próstata.

“Adotamos essa postura de não olhar para o Cuiabá-Prev somente como lugar de trabalho, mas como espaço que transmita informações importantes para o dia a dia dos nossos trabalhadores. Isso faz parte da proposta do prefeito Emanuel Pinheiro, de humanizar os serviços. Hoje temos uma estrutura que liga a associação de idosos, a assistência previdenciária, assistência pericial e essa educação preventiva de saúde. Isso é fundamental”, finaliza Fernando.