Educação / INOVAÇÃO

24 de Março de 2018 08h00

Revista Baquara será a segunda focada em educação científica em todo o Brasil

24/03/2018

RAFAELA GOMES CAETANO

Jorge Pinho

Os Conselhos Municipal e Estadual de Educação e a União dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme-MT) deram um passo ousado nesta sexta-feira (23), com a oficialização da criação da Revista Baquara, a segunda focada na educação científica em todo o Brasil. A publicação semestral será inicialmente feita na modalidade online, mas futuramente ganhará uma versão imprensa. Dividida em duas partes, abordará as políticas públicas direcionadas para o ensino, valorizando o trabalho de pesquisa de profissionais do ramo, além de expor conteúdos temáticos diversos.

“Essa proposta é excepcional e por se tratar de uma publicação online, seu alcance será enorme, cruzando fronteiras e atingindo pessoas de todos os cantos. E assim como sabemos que a tecnologia é o canal principal para difundir iniciativas como essa, é importante também que façamos uma tiragem física da Baquara. Estudos apontam que a leitura de publicações semanais imprensas tem crescido e a Secretaria Municipal de Educação tem subsídios para conduzir esse processo. Como um gestor que entende o valor da informação técnica, me comprometo a realizar os encaminhamentos necessários neste sentido. Nós queremos disseminar esse conteúdo tão valioso e através dos recursos que já temos na Lei Orçamentária Anual (LOA), investiremos no ensino de maneira macro. Além disso, é gratificante testemunhar estes órgãos dando esse passo tão importante, se comprometendo a levar o conhecimento, pensando no futuro da educação, através de avanços expressos, artigos técnicos e materiais que ampliem os nossos horizontes”, afirmou Alex Vieira Passos, secretário municipal de Educação.

De origem indígena, o termo baquara diz respeito à perspicácia, sabedoria, aquele possui entendimento. Com essa filosofia impregnada em seu nome, a revista centra-se na publicação de trabalhos originais nas áreas de políticas públicas, formação de professores, ensino e outros conteúdos diversos que estejam vinculados à área de educação. Com acesso aberto e gratuito, a revista será um instrumento difusivo de assuntos científicos, oferecendo a oportunidade à profissionais da área acadêmica de compartilhar seus estudos na busca por uma educação pública de qualidade.

Para o presidente do Conselho Municipal de Educação, Luiz Batista Jorge, o folhetim também exerce o valor de um manifesto, uma vez que serve como um instrumento indutor da liberdade de expressão. “Em alguns momentos da história do nosso país, a expressividade do nosso povo foi calada e essas vozes precisam ser ouvidas. Temos uma propriedade intelectual incrível, com um vasto leque de cientistas brasileiros que não encontram no Brasil uma oportunidade para expressar seus conhecimentos. Exportamos talentos para regiões como a Europa e os Estados Unidos, quando deveríamos de fato investir no nosso capital erudito. Precisamos dar espaço para que esses profissionais se manifestem e a Revista Baquara dará evidência a essa expressão científica, que tem sido abafada ao longo dos anos”, disse.  

Para a Uncme-MT, a Baquara será uma nova forma de aproximar os municípios mais longínquos do estado de Mato Grosso das informações e iniciativas adotadas pelas cidades vizinhas. O rompimento de barreiras territoriais - através da tecnologia - também foi motivo de reflexão para Edmar Jorge Kamchen, coordenador da União. “Ela será uma ferramenta de auxílio que ajudará os conselhos municipais mais distantes a fortalecerem seu trabalho. Nossa preocupação é que essas unidades consigam ser impactadas pelos conteúdos, ajudando-os a aprimorar ainda mais o trabalho que fazem. Também cremos que quando fortalecidos, eles são capazes de instituir o seu sistema de ensino, contribuindo diretamente para o trabalho do Conselho Estadual”, salientou.

Sonho antigo que começa a tomar forma, é a definição da criação da Revista Baquara para Adriana Tomasoni, presidente do Conselho Estadual de Educação. “Enfrentamos tantos desafios que limitaram o nosso anseio de desenvolver um projeto dessa natureza e hoje estamos aqui, fazendo parte de um momento tão simbólico, que reflete o investimento no ensino básico. Temos um futuro com muitas conquistas adiante e me alegro por saber que esta publicação será capaz de sensibilizar tantos profissionais do ramo”, concluiu.