Educação / CIDADANIA

02 de Setembro de 2019 13h53

Prefeitura lança projeto para estimular a participação de alunos no planejamento da cidade

02/09/2019

ADÃO DE OLIVEIRA E MARIA BARBANT

Davi Valle

A partir de uma experiência lúdica e educativa, alunos da rede municipal de Cuiabá vão participar do processo de planejamento da cidade. Esse é um dos objetivos do projeto Urbanista do Futuro, lançado na última sexta-feira (30), no auditório do Palácio Alencastro.

O projeto da Prefeitura de Cuiabá é desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano (IPDU) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, (SME), e conta nesta fase com a participação de 30 alunos da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Profª. Francisca Figueiredo de Arruda Martins, do Jardim Eldorado, região Sul da capital.

“Cuiabá está passando por grandes mudanças urbanísticas que trazem consequências para toda a população. Sair da sala de aula para entender o bairro ao redor da escola ou o funcionamento das cidades é um modo criativo e eficiente de ensinar conteúdos e um estimulo para professores e alunos buscarem uma participação cidadã no processo de planejamento da cidade”, salientou o secretário de Educação de Cuiabá, Alex Vieira Passos.

Facilitadoras do projeto, a arquiteta e pedagoga Simoni Sayegh e a jornalista Bianca Antunes, especialista em planejamento urbano, participaram do lançamento. As duas escreveram o livro, Casa Cadabra, que ensina crianças e o público não especializado, os segredos da arquitetura e das cidades.  “Estamos na segunda publicação, esta voltada para mostrar as crianças, o que é a cidade”, explicou a arquiteta que em paralelo a proposta principal, desenvolve oficinas e projetos de planejamento participativo, de inclusão, de disciplinas de arquitetura e urbanismo nas salas de aulas.

Para Simoni Sayegh, o importante é que as disciplinas estejam no curriculum das escolas, ou no contra turno escolar e, que todo o corpo pedagógico da escola esteja envolvido, trabalhando primeiro os espaços da escola e depois do bairro e da cidade. “A regra básica é, primeiro conhecer o espaço e gostar, depois cuidar daquilo que você gosta e conhece”, destacou.

A primeira atividade do projeto reuniu professores, alunos, monitores e técnicos do IPDU, numa visita ao centro histórico da capital, para observar e estimular um olhar diferenciado e perceber que o centro não é somente um mero local de passagem, mas de observação das mudanças do local onde se vive.

Para o superintendente do IPDU, Marcio Alves Puga a ideia do projeto também é instigar as crianças, os futuros donos da cidade a terem uma ideia melhor do coletivo, retirar a ideia de que o patrimônio público não é de ninguém por que é público. “É ao contrário, ele é de todo mundo, inclusive dos pais e das crianças, que vão ter que cuidar. Nossa proposta é cria e exercitar nessas crianças, futuro gestores das nossas cidades, esse pertencimento em relação ao patrimônio não só físico, como praças etc; mas o cultural e o imaterial, a nossa cuiabania”, disse Puga.

Para o superintendente, a presença das facilitadoras, com trabalhos reconhecidos nacionalmente, contribui com a educação cuiabana possibilitando a troca de experiências.  

A partir do trabalho com os alunos da EMEB Profª. Francisca Figueiredo de Arruda Martins, a primeira escola em período integral da gestão Emanuel Pinheiro, o projeto será levado a outros alunos da rede pública de Ensino e os resultado levantados serão analisados e inseridos no Plano Diretor da Cidade.

“É uma experiência importante. A nossa política de Educação vem afirmando e reafirmando as metodologias ativas e essa é uma ação que traz estratégias para os professores e para as crianças desenvolverem”, disse a diretora de Ensino da Secretaria Municipal de Educação, Zileide Lucinda dos Santos.  “Esse é um projeto piloto e já estamos conversando com as secretarias e parceiros, para dar continuidade à ação. É sempre importante que as crianças percebam a produção de conhecimento, cada área tem a sua especificidade, e cada uma delas pode contribuir na construção do conhecimento de cada um”, destacou.