Alimentos fresquinhos, como tomate, alface, mandioca, couve, cebolinha, fazem parte do cardápio da merenda da escola rural Hilda Caetano, no bairro Sucuri. Isso é possível devido a produção de hortaliças na escola, mantida pelos próprios alunos.

A ação faz parte da oficina de educação ambiental, uma das atividades do Programa Mais Educação. Pelo menos 150 alunos da escola participam dessa oficina, que inclui aulas teóricas e práticas.

A engenheira agrônoma da Secretaria Municipal de Educação, Edilaine Silva, que acompanha o trabalho nas escolas, explica que a horta é produzida em forma circular, como um relógio, beneficiando o plantio de espécies hortícola, medicinal e ornamental. 

“O mais interessante desse trabalho é a valorização do saber popular. Nessa escola, por exemplo, a coordenadora da oficina é uma monitora aqui da região, uma pessoa da zona rural e que tem experiência com a terra”, conta Edilaine Silva. 

Mexer com a terra e ver os alimentos brotando, desperta nos alunos o gosto pelo plantio e cultivo. É o que afirma a monitora da oficina, Joana Domingas de Oliveira, 55 anos. Experiente no trabalho com a terra, dona Joana nasceu e mora na zona rural. “Desde criança eu trabalho na roça e tomei gosto pela terra. Foi com meus pais que aprendi a lidar com a horta e agora estou ensinando um pouquinho do que sei para essas crianças”, disse.

A oportunidade de trabalhar com os alunos surgiu há mais de dois anos, quando soube que a oficina seria ofertada na escola. “Quando surgiu a oportunidade não pensei duas vezes, aceitei na hora. Gosto de ver a alegria das crianças quando estão mexendo com a terra. E aqui elas levam as aulas muito a sério”.

Na horta os alunos cultivam couve, salsa, cebolinha, coentro, alface, tomate, rúcula, pimentão, alho-poró e mandioca. A produção também conta com plantas medicinais, como a hortelã, alecrim, boldo, camomila, manjericão, além das flores ornamentais, como vinca, lantana, beijinho, entre outras. Tem também pés de frutas, como o abacaxi, maracujá, coco, acerola, goiaba, entre outros.

Ao serem colhidos pelos próprios alunos, esses alimentos vão para a cozinha da escola para serem usados no preparo da merenda escolar. Parte da produção também é doada à creche Alzira Cavalcanti, que fica ao lado da escola. “A produção este ano está muito boa. Mesmo usando na escola ainda sobra para doar para a creche e até para alguns alunos levarem para casa”, conta a articuladora do Mais Educação, Valdete Pegorari.

A articuladora conta que os alunos gostam tanto da oficina que nos dias em que não tem aula, visitam a horta pelo menos para molhar os alimentos. “Eles têm muito cuidado e carinho por essa horta”. 

Neta de dona Joana, a aluna Camila Oliveira, 11 anos, participa da oficina há dois anos e já demonstra que tem o dom da avó. “Gosto muito de vir aqui para cuidar das plantinhas, principalmente para molhar e colher”.

Para o aluno Marcio Daniel Ferreira, 12 anos, a melhor parte da oficina é a hora da colheita. “Gosto de ver as plantinhas crescendo e depois colher para comer, é muito bom”.

Na rede municipal de educação pelo menos 39 escolas contam com o projeto de horta sustentável.