As vagas restantes do programa Brasil Alfabetizado foram encaminhadas a líderes comunitários em reunião realizada, nesta terça-feira (16), na sede da União Cuiabana de Associação de Moradores de Bairros (UCAMB). Quase 80% da quantidade das funções de alfabetizadores e alfabetizadores coordenadores já foram preenchidas e as inscrições se encerram na próxima quinta-feira, 18.

A iniciativa de levar a proposta aos representantes de bairros foi pensada para que o próprio movimento comunitário possam preencher as vagas remanescentes, dentro dos requisitos exigidos. Também serve como ferramenta de identificação das pessoas que, por algum motivo, tiveram de abandonar a escola e não se alfabetizaram no tempo habitual. A estimativa é de que tanto zona urbana quanto no campo a escala gira em torno de 19 mil pessoas não alfabetizadas.

“Esse projeto foi pactuado com toda sociedade e consta no Plano Municipal de Educação. E nos precisamos alfabetizar essas 19 mil pessoas, mas onde estão essas pessoas? Os presidentes de bairro vão saber porque eles estão próximos das pessoas. Eles conhecem as pessoas. E as comunidades confiam neles”, disse a diretora de Ensino, Zileide Lucinda dos Santos.  

Disseminar a proposta nos bairros e levar o programa por meio direto de seus representantes foi idealização da pasta de Educação em conjunto com a Secretaria Adjunta de Ações Comunitárias.

“O projeto tem um alcance social muito amplo, significativo e vem ao encontro da proposta do prefeito de humanização. Nesse sentido, o princípio de tudo são as pessoas saberem seus direitos e sem alfabetização, elas ficam até sem conhecer seus direitos. Então, o Brasil Alfabetizado vai oferecer o mínimo de conhecimento para propiciar uma vida mais digna ao cidadão”, destacou Joanil da Costa, secretário de Ações Comunitárias de Cuiabá.

Outro importante papel dos representares de bairros são disponibilizar estruturas físicas para realização do programa com os pré-requisitos mínimo de possuir mobília adequada para o desenvolvimento das aulas.

Ao todo, mais de 20 representantes dos principais bairros de Cuiabá conheceram o conteúdo do Brasil Alfabetizado e puderam sanar algumas dúvidas acerca do programa, como, por exemplo, a remuneração dos profissionais que varia entre R$ 400 e R$ 800, de acordo com a função desempenhada.

“Não só no meu bairro, mas em todas as comunidades é uma necessidade das pessoas buscarem o conhecimento e onde encontrarem serviços que ofereçam esse conhecimento. Então vejo como brilhantismo o Brasil Alfabetizado e também o desafio do nosso prefeito de como fazer chegar à educação para essas pessoas na comunidade”, falou o presidente do bairro Ribeirão do Lipa, Benedito Anunciação.

A aplicação do recurso, proveniente de verbas federais, pela secretaria de Educação foi outro ponto detalhado aos líderes comunitários. Neste caso, a pasta fica a cargo de disponibilizar os kits materiais – pedagógico e  escolar - aos professores e aos estudantes inseridos no programa.

Brasil Alfabetizado

O programa é oriundo de parceria entre o Executivo municipal e o Ministério da Educação e se estabelece na proposta de gestão da atual administração em humanizar os serviços públicos, neste caso, em específico, desenvolver ações para universalização da alfabetização em Cuiabá.

A proposta possui o público alvo de pessoas com idade a partir de 15 anos (jovens, adultos e idosos) que não tiveram  a oportunidade de se alfabetizar na infância ou aquelas que, por algum motivo, tiveram de abandonar à escola. São oito meses de estudos em cada ciclo com uma carga horária total de 320 horas, na mesma metodologia da EJA, executada na rede pública municipal.