A Prefeitura de Cuiabá e a Assembleia Legislativa são parceiras no projeto pedagógico “Mulheres em Ação”, lançado nesta quarta-feira (19) para ofertar cursos de capacitação a 1,2 mil mulheres em situação de vulnerabilidade social e vítimas de violência em Cuiabá e Várzea Grande.

O projeto é de iniciativa da Sala da Mulher e, somente em Cuiabá, vai beneficiar 600 mulheres usuárias da rede sócio-assistencial do município. De acordo com o secretário de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, José Rodrigues Rocha Júnior, a adesão ao projeto tem o objetivo de ampliar as oportunidades de qualificação profissional dessas mulheres, a fim de melhorar a renda de suas famílias.

Atualmente, as mulheres são chefes de mais de 90% das cerca de 22 mil famílias beneficiárias do programa Bolsa Família na capital.

“Fomos convidados para ser parceiros dessas atividades e esperamos que, com a realização dos cursos de qualificação profissional, essas mulheres possam ter a oportunidade de superar, muitas vezes, a realidade triste da violência doméstica, que acabam enfrentando por falta de condições de sair da dependência do seu cônjuge, além das dificuldades financeiras daquelas que, sozinhas, mantêm um lar”, disse.

Os cursos são voltados para as áreas de embelezamento, bordado, artesanato e reciclagem, como embelezamento pé e mão, embelezamento depilação, bordado em chinelo e bordado em patch aplique. As aulas são totalmente gratuitas e vão acontecer no período de 24 de outubro a 5 de novembro, nos 14 Centros de Referência de Assistência Social da capital.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf, a realização do “Mulheres em Ação” é uma forma que o Legislativo tem se aproximar e contribuir com a sociedade, especialmente neste momento de crise e desemprego, que atinge milhões de pessoas no país.

“Ninguém faz um projeto dessa magnitude, sozinho. Nós não temos o entendimento de competir com o Poder Executivo, pelo contrário, temos que estar juntos nessas iniciativas. Dessa forma vamos mudar um pouco da sociedade e diminuir as injustiças que nós presenciamos diariamente. Esperamos que, por meio desses cursos, haja o empoderamento das mulheres, o fortalecimento da família e a melhoria dos orçamentos domésticos”, afirmou o deputado.

A expectativa também é compartilhada por Letícia Martins, 21 anos, moradora do bairro Planalto. A jovem deseja que o curso de bordado em patch aplique a auxilie na melhoria da renda da família, que é mantida apenas pelo marido.

“Hoje só ele que trabalha, porque eu fico em casa cuidando da minha filha, que ainda não tem idade para ir à escola. Penso que, com o curso, vou aprender a bordar roupas e calçados e vou conseguir vender, de casa mesmo, e ajudar meu marido nas contas da casa. Seria muito bom para nós”, garantiu.

A previsão é de que, após o encerramento do curso, os produtos confeccionados pelas mulheres sejam comercializados em uma feira de empreendedorismo a ser realizada na Assembleia Legislativa.