Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência / Vulnerabilidade Social

01 de Julho de 2015 18h19

Assistência Social realiza atendimento a 510 moradores de rua em Cuiabá

01/07/2015

KARINE MIRANDA

Tchélo Figueiredo

Arquivo

De janeiro a junho deste ano, a Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano realizou o atendimento de 510 pessoas em situação de rua e migrantes. O número diz respeito a todas as pessoas que receberam o atendimento dos Centros Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e foram encaminhadas para os albergues e unidades de acolhimento.

De acordo com o secretário municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, José Rodrigues Rocha Júnior, o número identifica apenas as pessoas que aceitaram o atendimento, já que as abordagens realizadas pelo Serviço Especializado em Abordagem Social foram superiores ao número de atendidos.

“No ano de 2013, tivemos pouco mais de 800 atendimentos. Em 2014, esse número foi de 960 e, agora, nos primeiros meses, já chegamos a 510. O número é muito maior, pois estes foram o que entraram e saíram dos nossos albergues. Ou seja, está havendo um crescimento da população de rua. Se ela tem aumentado, precisamos chamar a atenção para este fenômeno, tentar entender as causas que levam as pessoas a chegar a essa situação”, aponta.

Uma das causas que levam a situação de rua, segundo o secretário, é a desestruturação da família, visto que para uma pessoa ir viver em situação de rua é porque já rompeu o vínculo com seus familiares.

“Quando eles vão às ruas, eles já estão desiludidos, depressivos, já não acreditam em si mesmos. É necessário que prestemos atenção nesse fenômeno porque todos nós, enquanto sociedade, precisamos atuar para resolver esse problema. E nós estamos querendo chamar a atenção da comunidade para despertar para essa situação que está fazendo com que as pessoas cheguem a esse extremo.  Por isso, precisamos olhar para dentro dos nossos lares, o que está acontecendo nas nossas residências, com os membros da família, com as situações intramuros”, disse.

O secretário lembra ainda que o problema de situação de rua não atinge somente pessoas com menor poder aquisitivo, como possa aparentar, e foi intensificado em decorrência do advento da Copa do Mundo, do processo migratório e desemprego.

“Todos os fatores acabam somando para a piora do problema, mas engana-se quem pensa que morar na rua tem relação com classe social, com falta de recursos. É necessário que tenhamos mais carinho, zelo e cuidado para com os nossos, pois mesmo com dificuldades econômicas, se tivermos cuidando dos nossos familiares, nós não os deixaremos chegar à situação de rua. Por isso, trabalhamos para que as pessoas aprendam a procurar as unidades da assistência social para pedir apoio e orientação para superar as dificuldades e, assim, conseguiremos reduzir esse número”, finaliza.

Abordagem Social - Atualmente, a secretaria de Assistência Social oferece o Serviço Especializado em Abordagem Social vinculado aos CREAS, no qual os profissionais vão às praças, viadutos e logradouros públicos realizando a abordagem e convencimento das pessoas em situação de rua para receber atendimento.

Caso aceitem, as pessoas levadas para o CREAS  recebem atendimento psicológico e de saúde e são encaminhadas para os albergues do Porto, Manoel Miraglia.

Nos albergues, os abrigados recebem quatro refeições ao dia, têm assistência médica quando necessária e são atendidos por um assistente social. Durante o período de permanência do abrigado na unidade, a secretaria de Assistência Social inicia o processo de reinserção familiar, no caso de moradores de rua cujas famílias residam na Capital e que queiram retornar ao seio familiar.

Embora a secretaria atue em busca de retirar as pessoas da rua,  o recolhimento compulsório dessas pessoas não ocorre em Cuiabá e, por isso, não há mecanismos para impedir que eles abandonem as unidades abrigamento e voltem às ruas.