Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência / VALORIZAÇÃO

08 de Junho de 2018 13h08

Roda de Conversa com orientadoras é aplicada como método de auxílio para atender crianças e adolescentes

08/06/2018

LUCIANA SOUZA

Sicom

Arquivo

Discutir e construir - coletivamente - planos e estratégias para as atividades, respeitando e valorizando a opinião dos colegas, aprendendo com a diversidade de ideias e conhecimentos dos integrantes do grupo. É com esse conceito que a equipe da Coordenadoria de Proteção Social Básica, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, vem aplicando a metodologia da Roda de Conversa na capacitação dos 33 profissionais envolvidos no atendimento das crianças e adolescentes assistidos pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), em funcionamento nas 14 unidades dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da Capital.

Durante a roda, com o acompanhamento de uma pedagoga e uma psicóloga, os profissionais, entre monitores e facilitadores, dialogam de maneira aberta - sem regras de continuidade dos assuntos, debatendo-os de acordo com os pontos que forem lembrados - temas transversais sobre cidadania, autonomia, individualidades e diversidades.  A ideia, segundo a coordenadora de Atenção Social Básica, Eva Nelson de Freitas, é que a prática seja usada como um espaço de autonomia, autoanálise e autogestão, dando a eles a liberdade de discutir e expor seus pensamentos e opiniões sobre como percebem suas dificuldades e as do grupo.
“Quando nos percebemos, conseguimos ter mais facilidade de compreender o outro.  Então, quando despertamos esses profissionais para eles mesmos, estamos também despertando o olhar deles para essas crianças e adolescentes, ajudando-os no acolhimento delas da maneira correta. O objetivo maior é formar disseminadores dessa prática como metodologia, alinhando-na com as atividades diárias desenvolvidas dentro do Fortalecimento. É uma cadeia, onde profissionais bem preparados atendem com mais qualidade os assistidos e esses, por sua vez, levam esse acolhimento aos familiares, formando, assim, uma base familiar mais sólida”, explica Eva.
O diálogo, além de capacitar para melhor atender os assistidos, também auxilia para que os profissionais compreendam a importância que eles têm na vida desses menores. De acordo com a coordenadora, muitas vezes, esses profissionais são a representatividade da família que essas crianças e adolescentes não têm, ou tiveram.
“Tentamos montar esse espaço de discussão justamente com o propósito de pararmos e avaliarmos o que estamos fazendo, de que forma e por quê, onde isso impacta na formação desses menores e seus familiares. Isso incentiva a todos, e com certeza a valorização é uma chave para alcançarmos muitos resultados positivos. Sendo eles, então, cuidados, se sentindo valorizados e realizados, serão imagens positivas na construção dos valores dos assistidos”, observa.
Balanço -  Em 2017, o Serviço atendeu mais de 2.500 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos. Este ano, a equipe já contabilizou mais de 1.300 menores sendo assistidos pelo Fortalecimento. “Acreditamos que esses trabalhos vão nos ajudar a atingir o objetivo de ampliar as oportunidades de desenvolvimento psicomotor, cognitivo e sócio-afetivos das nossas crianças, para que elas aprendam estratégias e habilidades na resolução de problemas em diferentes contextos, utilizando conhecimentos disponíveis para enfrentar situações novas e inesperadas”, conclui Eva.
O SCFV faz parte dos programas do Sistema Único de Assistência Social (Suas), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), e tem por objetivo fortalecer as relações familiares e comunitárias, além de promover a integração e a troca de experiências entre os participantes, valorizando o sentido de vida coletiva.