Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência / DIA DAS MÃES

12 de Maio de 2018 09h00

Programa Siminina é cuidado de mãe e aprendizado para a vida toda na formação de meninas

12/05/2018

RAFAELA GOMES CAETANO

Luiz Alves

Arquivo

Preparar as meninas para um futuro em que elas sejam as protagonistas de suas histórias é uma das características mais marcantes do Programa Siminina, criado pela Prefeitura de Cuiabá. Ajudá-las a desenvolver novas habilidades comunicativas e descobrir dons é uma tarefa que demanda tempo, além daquele cuidado especial que apenas uma mãe tem. Com a premissa de tornar a iniciativa uma extensão do colo mais aconchegante que existe, atividades lúdicas e desafiadores têm levado as pequenas participantes a se descobrirem de diversas formas, a partir da valorização da beleza particular de cada uma, bem como dos sonhos que almejam conquistar já na vida adulta.

Este trabalho de desenvolvimento integrado é um dos aspectos mais fascinantes para as mães, que dedicam seus dias para prover todas as necessidades que elas possuem com rotinas profissionais que tomam uma parte significativa de seu tempo. E com o Siminina como um forte aliado na formação emocional e social de suas filhas, tranquilidade, segurança e esperança se unem, em um local onde o apoio mútuo, o crescimento pessoal e a sororidade são as palavras-chave que ditam as divertidas tarefas feitas com as professoras. Para Beatriz Gimenes, mãe “de coração” da Gabrielli, 9, o programa é algo completamente único na vida de sua família.

“Conheci o Siminina por meio da minha vizinha, cuja filha já é participante, e me encantei com todo o trabalho feito pela Prefeitura. A evolução na vida da Gabi é surpreendente, principalmente pelo fato de ela ter dislexia. Aqui, ela aprendeu a se comunicar melhor e as próprias atividades do dia têm melhorado seu rendimento tanto na escola, bem como em casa. Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a biblioteca do espaço. São tantos livros, tantas oportunidades diferentes de aprendizado e a minha filha tem se aventurado nisso, desenvolvendo ainda mais aquelas habilidades que eram mais frágeis. Não sei expressar, como mãe e mulher, como sou grata ao prefeito Emanuel Pinheiro e à primeira-dama Márcia Pinheiro por continuarem investindo nessa iniciativa. Aqui, sonhos ganham forma e caminhos se abrem, conforme as meninas aprendem que - independente de sua origem - elas podem ser quem quiserem”, afirmou sorridente.

Explorar o lado criativo é também um atributo latente no programa, que ajuda a definir a didática de atividades propostas às meninas. Para Joana Oliveira, mãe da jovem Ana Luyza, 13, e Heloyza, 9, trabalhar o lado artístico das filhas tem sido transformador. “Além de elas estarem protegidas de perigos, amizades ruins e da marginalidade, o Siminina investe no lado imaginativo das meninas, com aulas de dança, teatro e práticas esportivas. Não existem limites para o que elas podem ser e é perceptível os reflexos desse investimento. Elas chegaram ao programa mais reservadas, quietas e hoje são engajadas, possuem várias amigas e são mais comunicativas. Aqui elas são livres para crescer e isso ajuda muito no cuidado e atenção que nós, mães trabalhadoras, lutamos para dar todos os dias”, refletiu.

Saber que, como meninas e futuras mulheres, elas podem e devem utilizar a expressividade como uma forte aliada em todas as áreas da vida, é um refrigério para Laura Fernanda Oliveira, mãe da Ana Laura, 9. O emponderamento feminino ainda na pouca idade é um atributo crucial, que contribui para o preparo de cada uma delas para enfrentar os desafios e vencê-los com bravura e garra. Ao fortalecer o valor dessas garotas, ensinando-as a se posicionarem, sendo éticas e responsáveis, o Programa Siminina as estimula a não temerem as adversidades vindouras.

“É importante que elas entendam quem são e como possuem tanto valor quanto qualquer outra pessoa, independente do sexo. Aqui, as meninas são ensinadas a pensar fora do molde e a não ter medo de decidir o que querem fazer quando crescer. Elas podem ser o que quiserem e o investimento nas habilidades comunicativas e o diálogo aberto com as professoras são duas coisas que eu sei que tem ajudado tanto a minha filha, como as demais meninas atendidas”, pontuou.

Ensiná-las a tomar decisões, a entender as diversas fases da vida e a lidar com transformações hormonais é uma jornada extensa, iniciada dentro de casa pelas mães e continuada pelas orientadoras do programa, nas manhãs e tardes investidas na companhia das pequenas. Para a professora Joanice Santos, trabalhar a longo prazo é o diferencial transformador tanto para as meninas, como para suas respectivas famílias

“Temos aqui a união de alguns fatores clínicos: segurança, tranquilidade e seguridade no trabalho que realizamos. Nós não queremos apenas cumprir uma função, com distanciamento e indiferença. Nosso desejo é gerar um impacto genuíno na vida dessas garotinhas, levando-nas a uma compreensão muito maior de si mesmas, de seus corpos e de suas capacidades. As atividades propostas pelo planejamento visam trabalhar a vocação profissional, o despertar dos dons e o resgate de alguns valores. Com essas ferramentas, encorajamos cada uma a correr atrás de seus sonhos, sabendo que são elas as responsáveis por determinar seus próprios limites. Não queremos que elas tenham medo de tentar coisas novas por medo de falhar. Queremos que elas alcem voos altos e promissores”, revelou.

 

Irmandade e determinação

Mesmo sendo ainda jovens, as pequenas participantes do Programa Siminina já são decididas quanto a alguns sonhos que almejam. Ensinadas desde cedo a se dedicar tanto na escola, como nas atividades feitas em casa, elas aprenderam com suas valentes mães a não desistirem de conquistar frutos melhores para a vida. Filhas da Beatriz, Joana e Laura, as também amigas possuem exemplos de mulheres corajosas dentro de casa, o que contribui diretamente para o fortalecimento das lições ensinadas pela professora Joanice e sua equipe.

Sobre o impacto que a iniciativa gera em suas vidas, elas compartilharam um pouco do sonhos nascidos entre uma atividade e outra. “A professora nos ajuda a pensar na forma como podemos ser parceiras nas aulas e no que podemos fazer quando crescer e eu já sei que quero ser médica”, comentou Ana Laura, participante do Siminina desde 2016. Para a jovem Ana Luyza, o objetivo é investir na carreira artística. “Minha família não tem muito dinheiro, mas minha mãe disse que não posso desistir de ser atriz. Aqui nas aulas de teatro eu aprendo um pouco mais sobre isso, além de brincar com minhas amigas”, disse.

A pequena Gabrielli já decidiu que ser massagista é o seu sonho. “Minha mãe fala que eu preciso correr atrás disso e as professoras têm me ajudado a pensar sobre o que posso fazer. Não existem limites”, assentiu sorrindo. Sua colega de atividades, Heloyza, ainda está na dúvida sobre o futuro, mas não tem pressa. “Eu gostaria de ser médica, mas poderia ser atriz também. Tenho bastante tempo para decidir ainda e minha mãe vai me ajudar nisso”, concluiu alegre.