Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência / ALCANCE SOCIAL

29 de Maio de 2018 10h49

Mãe de aluna do Siminina também participou do projeto em 2000

29/05/2018

JULIA MILHOMEM

Gustavo Duarte

Arquivo

“Se não fosse o Siminina, não sei que rumo eu teria tomado na vida”, esta é uma frase de Katiane Rocha Oliveira, de 29 anos, que participou do programa em 2000, no bairro Jardim Vitória, quando tinha apenas 10 anos de idade.  

A mãe de Karen Cristina Oliveira Bulhões, uma das mais de mil alunas matriculadas em 2018, explica que, na época, se interessou pelo projeto no primeiro momento por ver que as amigas do bairro faziam parte e gostavam.

Porém, foi quando começou a frequentar as aulas que notou o quão importante seria todo o aprendizado que era oferecido pelo programa.

“Aprendi de tudo um pouco. Estudava e tínhamos momentos de lazer como danças, brincadeiras, além das palestras educativas que nos orientavam sobre gravidez precoce, drogas, entre outras. Percebo que este projeto na minha vida me fez repensar sobre o meu futuro. Se não fosse o projeto teria me envolvido com as coisas ruins que o mundo oferece”, contou Katiane.

Atualmente Katiane é casada e têm três filhas. Karen, a filha mais velha, de sete anos, já faz parte do projeto. Segunda a mãe, desde cedo queria que a filha participasse porque vê a importância do projeto no auxílio do ensino escolar e na educação.

“A mudança na vida de Karen é nítida, antes de entrar no projeto ela não sabia ler nem escrever. Agora, ela já lê, escreve e faz contas perfeitamente. Isso me enche de orgulho, não apenas da minha filha, mas por fazer parte de um projeto que muda a vida de muitas crianças humildes”, revelou com satisfação.

Para a pequena Karen, o Siminina faz parte de seu dia a dia, de manhã ela vai para a escola, onde cursa o segundo ano do ensino fundamental, e na parte da tarde ela coloca seu uniforme rosa e vai para o projeto.

“Eu adoro ir porque eu gosto de estudar, de brincar, de fazer amizades e tudo isso eu aprendo, não fico só em casa assistindo televisão. Quero sair do projeto só quando eu estiver com 15 anos”, externou alegre.

O atendimento do projeto vai dos sete aos 14 anos, entretanto, a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, idealizou a criação do Jovem Siminina que estende até os 15 anos o trabalho com o último ano voltado a trabalhar as meninas em cursos preparatórios para o mercado de trabalho.

Em 2017, algumas das garotas com os recém-completados 14 anos participaram do curso de capacitação em Patchwork onde, durante três meses, estudaram as técnicas de produção de peças artesanais com retalhos de tecidos.

Katiane também conta que a filha do meio, atualmente com cinco anos, não vê a hora de ir junto com a irmã para o Siminina. A jovem Rayanne Karoline vai com a mãe todos os dias levar a irmã na porta do Centro Comunitário do bairro, onde funciona o projeto, e sempre volta para a casa chorando.

“Hoje na hora que ela soube que iríamos ser entrevistadas me pediu para colocar o uniforme do projeto. Quem sabe no ano que vem não diminuam a faixa etária para inicialização no projeto?”, disse Katiane num tom de desejo.

Após dois meses sem funcionar, em decorrência de percalços de infraestrutura local, a unidade do Siminina do Jardim Vitória retornou com as atividades, nesta terça-feira (29), com um grupo de 43 meninas matriculadas divididas em dois turnos: 27 durante o vespertino e 16 no matutino. 

A gestão do prefeito Emanuel Pinheiro inaugurou a 18ª unidade do programa, em 2017, no distrito do Sucuri. Já são quase 100 meninas atendidas na região de um total de 1.100 com projeção para 2018 de 1.500 com a expectativa de mais duas novas unidades.