Os eventos em prol do Mês da Mulher continuam com a proposta de alinhar comemorações e debates em torno do papel da mulher na sociedade e discutir assuntos como a violência. Nesse sentido, a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, participou, nesta quinta-feira (15), de dois eventos alusivos ao tema, o primeiro na Secretaria de Assistência Social e o segundo na Câmara de Vereadores de Cuiabá.

Na pasta de Assistência Social da Prefeitura de Cuiabá, o evento ficou em torno da continuação das ações da campanha Março Mulher. As acoes, encabeçadas pela primeira-dama focaram por meio de debates, temas mais profundos relacionados a violência contra mulher, algo que tem preocupado bastante as autoridades em geral.

“Esse evento é parte da programação da nossa campanha e aqui vamos levar orientação e informação aos funcionários dessa secretaria, em sua maioria mulheres, porque somente com bastante debate e orientação nós vamos vencer esse grande mal que vem afetando a sociedade, a agressão contra a mulher”, elencou Márcia Pinheiro.

O auditório da secretaria, repleto de servidores, recebeu a palestra da Defensora Pública do Núcleo de Defesa da Mulher, Dra. Rosana Leite Antunes de Barros. Em suas explanações, a defensora mostrou a evolução da mulher na sociedade em seu contexto histórico, desde a era medieval até os tempos mais contemporâneos, além de compartilhar algumas de suas experiências na Defensoria Pública em relação a casos de violência.

“Quero passar a elas o quando nós mulheres já nos transformamos. Muito já conseguimos, muito já almejamos e hoje vivemos a luta de muitas mulheres que antigamente derramaram sangue para que nós conseguíssemos nossos direitos e que eles fossem efetivos e eficazes. Então, é isso que eu quero passar para elas”, ressaltou A Dra. Rosana Barros.

A secretaria, responsável pelos trabalhos de assistência social em Cuiabá, é composta por praticamente, 90% de profissionais mulheres e dentro de suas atuações estão também assistir mulheres desamparadas, muitas delas vítimas de casos de violência.

Um desses exemplos foi ressaltado pela secretária-adjunta, Marlene Anchienta, que contou sobre num dos trabalhos de encaminhamento social de uma mulher, constava em sua documentação a passagem pela Casa de Âmparo, unidade da Prefeitura de Cuiabá, voltada a assistir mulheres vítimas de violência.

Quando questionada sobre os motivos da passagem na instituição, as lágrimas falaram por si só, revelando mais um caso de agressão contra mulher. “Infelizmente nos deparamos com casos assim aqui na assistência social”, completou Marlene Anchieta em meio a troca de experiências, durante a palestra.

A ação na secretaria faz parte da programação da campanha Março Mulher, lançada no último dia 07, que possui como temática principal dos debates a violência contra mulher que tem registrado números alarmantes e somente nos três primeiros meses do ano registrou 20 feminicídios em Mato Grosso.

Homenagem à mulher  

O segundo evento teve a temática mais leve e abordou a homenagem a mais de 300 mulheres com a moção de aplausos realizado pela Câmara de Vereadores de Cuiabá,  oferecida pelo vereador Paulo Araújo em conjunto com o também parlamentar Luís Cláudio.

A primeira-dama Márcia Pinheiro foi convidada a compor o dispositivo de autoridades que ofereciam as homenagens e destacou o reconhecimento da Casa de Leis à cidadãs mulheres cuiabanas.

“Acredito que essa busca pela igualdade entre homens e mulheres também é desta casa de leis porque, mesmo sem nenhuma vereadora mulher eleita, os homens aqui eleitos tiveram o voto da mãe trabalhadora, da esposa empresária, da estudante universitária e, portanto, também nos representam”, disse Márcia em seu discurso.

Entre as homenageadas estava a moradora da Gleba Boa Sorte, Joana Aquino. A cuiabana de 64 anos agradeceu o reconhecimento da classe feminina na sociedade cuiabana. “É bastante satisfatório vermos vereadores, a primeira-dama e todas essas pessoas juntas para parabenizar nossas lutas. Na minha época, a gente não tinha muita perspectiva de vida e hoje temos tantas coisas que conquistamos. Então, o reconhecimento é o mínimo que nós esperamos”, contou a aposentada.