Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico / AGRICULTURA

10 de Agosto de 2018 17h40

Feirinha de Agricultura Urbana é opção para driblar agrotóxicos e plantar em casa

10/08/2018

ANDRÉ GARCIA SANTANA

josé ferreira

Arquivo

Cheiro de cebolinha, hortelã e manjericão. Tomate-cereja, alface e pimentão fresquinhos, sem agrotóxicos e ao alcance de suas mãos.  Esses são alguns dos benefícios oferecidos aos que resolvem investir em uma horta caseira. A proposta pode até soar impraticável para quem vive na cidade, mas com o projeto “Feirinha de Agricultura Urbana”, quaisquer aparentes dificuldades são desmistificadas.

Realizada semanalmente no Mercado do Porto, a feira oferece mais de 70 espécies de sementes e mudas de frutas, verduras e ervas. É o que explica o expositor Jorge Lemos Júnior, um dos idealizadores. “Tem gente que sai daqui pra buscar muda perto de Santo Antônio, ou não planta porque acha que é muito trabalhoso. Mas não é só no sítio que você consegue produzir, aqui também é possível. É fácil”, diz.

Seguindo uma tendência crescente de sustentabilidade, a proposta foi desenvolvida com apoio da Secretaria de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, que disponibilizou o espaço e tem contribuído com sua divulgação. “Estamos seguindo o plano de administração do prefeito Emanuel Pinheiro, que visa fomentar e expandir esse tipo de ação entre empreendedores, microempreendedores e representantes da agricultura familiar”, explica o titular da Pasta, Vinícius Hugueney.

Ele reforça ainda que a Secretaria está de portas abertas para receber propostas inovadoras como essa, disponibilizando uma equipe preparada para dar toda a orientação e os encaminhamentos necessários aos interessados.

Júnior, que sempre foi apaixonado pela terra, conta que começou a atuar profissionalmente há quatro anos. No entanto, foi só em 2018 que surgiu a ideia da Feirinha, estimulada pela procura dos clientes.  “Eu já trabalhava na área, vendendo flores. Por conta do grande fluxo no Mercado, muitas pessoas passaram a perguntar se nós tínhamos mudas. Então surgiu essa vontade e eu conversei com o Vinícius, que viabilizou a realização.”

Devidamente cultivadas, as hortaliças se desenvolvem até em ambientes menores, como apartamentos, onde o ideal é mantê-las na sacada ou em um cômodo ao alcance da luz solar. “Nesse caso as mais indicadas são as jardineiras e hortas verticais. A pessoa também pode montar uma mini farmácia natural, por exemplo. As verduras precisam de quatro horas diárias de sol, preferencialmente de manhã. No mais é só regar duas vezes por dia.”

Para quem está começando agora, as espécies com maior saída são alface, cheiro verde, manjericão e hortelã, que são  de fácil manuseio. Há também quem procure pela “peixinho,’ planta de folha aveludada, comumente empanada e frita por vegetarianos e veganos.

Além dos cuidados básicos com a horta repassados ali mesmo, outras dicas são difundidas pelo comerciante em um grupo de Whatsapp, mantido com os compradores.

Diante disso tudo, se o cliente ainda tem dúvidas sobre as vantagens desta alternativa, vale ressaltar o preço das plantas, que varia entre R$ 0,50 e R$ 10. “Se você quer fazer um canteiro, com R$10 já vai ter uma variedade bem bacana. Muita gente hoje tem buscado comer sabendo a procedência daquela verdura, se tem ou não agrotóxicos. Então, essa é uma das melhores formas", reforça. 

O projeto, que  acontece todas as sextas-feiras, sábados e domingos no tradicionalíssimo Mercado do Porto, na Capital, chega hoje a sua segunda semana. Os interessados podem procurar pela Feirinha de Agricultura Urbana nos fundos do espaço, ao lado do estacionamento, ou entrar em contato com o Júnior, por meio do telefone 992954191.